Cinco mil pessoas com doença pulmonar por diagnosticar na Figueira da Foz

O projecto “Figueira Respira” pretende travar o subdiagnóstico da doença pulmonar obstrutiva crónica, que abrange quase cinco mil pessoas na Figueira da Foz, afirmou hoje uma responsável do projecto.

"É um projecto de articulação entre cuidados de saúde primários e cuidados de saúde hospitalares, no âmbito da doença pulmonar obstrutiva crónica", da qual se observa, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, uma taxa de cerca de 80% de subdiagnóstico, explicou à agência Lusa Lígia Fernandes, pneumologista no Hospital da Figueira da Foz.

O projecto arranca com a ligação entre o Hospital da Figueira da Foz e os centros de saúde familiar São Julião e Buarcos, pretendendo no início intensificar o diagnóstico a fumadores e ex-fumadores, onde a prevalência da doença é "maior", disse Lígia Fernandes.

"Figueira Respira" irá centrar-se na formação de profissionais de saúde para o diagnóstico da doença, na sensibilização da população para os factores de risco, em que "há um grande desconhecimento", e na informação partilhada sobre os doentes entre centros de saúde e hospital, aclarou.

Segundo a pneumologista, quando o diagnóstico é tardio, esta doença leva a uma "muito maior limitação", "tratamento mais difícil", "redução da sobrevida [tempo de vida em estado terminal]" e possibilidade de "dependência de oxigénio".

"Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais facilmente travamos e desaceleramos a progressão da doença", sublinhou.

O maior factor de risco "é o tabagismo", por esta ser uma doença de carácter progressivo, em que a dificuldade em expirar surge como consequência de "exposição a agentes tóxicos que vão lesar os brônquios" dos pulmões, referiu Lígia Fernandes.

O projecto "Figueira Respira" está integrado no programa "Boas Práticas de Governação", da Universidade Nova de Lisboa e da farmacêutica Novartis, e é apoiado pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

Lusa/SOL