Eanes espera voltar a ver Portugal ‘regenerado, coeso, confiante e ousado’

O antigo Presidente da República Ramalho Eanes afirmou hoje que espera ter “a felicidade” de ainda ver Portugal, “de novo, regenerado, coeso, confiante e ousado”, numa mensagem lida no almoço do 90.º aniversário de Mário Soares.

Eanes espera voltar a ver Portugal ‘regenerado, coeso, confiante e ousado’

Além do "momento especial da vida" de Mário Soares, Ramalho Eanes aproveitou na mesma mensagem para manifestar, enquanto cidadão, o seu reconhecimento pela "dedicada e decisiva ação [do seu sucessor] na luta pelas liberdades, na conquista da liberdade" para o país, assim como a sua "decisiva contribuição na construção da democracia portuguesa".

Num telegrama de aniversário, também o presidente do Tribunal Constitucional, Joaquim Sousa Ribeiro, deu a Mário Soares os "calorosos parabéns" pelos 90 anos de vida, que, considerou, "soube como ninguém partilhar com Portugal".

Ao almoço, que ainda decorre no Espaço Tejo, na antiga Feira das Indústrias de Lisboa, chegou também o antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, para quem Mário Soares "é uma estrela da liberdade", antes e depois do 25 de Abril.

"Para mim, só o que ele gosta da liberdade chegaria, independentemente das diferenças, para estar aqui", disse.

Santana Lopes reforçou que Mário Soares simboliza a liberdade, mas acrescentou, "não só ele", lembrando Francisco Sá Carneiro, "que faria 80 anos este ano, o que é curioso".

"Julgo que os dois são traves mestras do regime, juntamente com o professor Freitas do Amaral e Álvaro Cunhal, independentemente do que se passou nos anos a seguir ao 25 de Abril", afirmou.

O antigo primeiro-ministro manifestou, ainda, "admiração pelo percurso de vida" de Mário Soares e sua "capacidade de lutar por aquilo [em] que acredita, sem se importar com vitórias ou derrotas, desde que esteja a fazer aquilo que acha que deve fazer".

"No dia de hoje tenho-me lembrado especialmente de ir, quando era um jovenzinho, ali a uma grande manifestação em defesa do República, que era um jornal democrático, que depois da revolução esteve ameaçado. O Dr. Mário Soares simboliza isso, a liberdade", afirmou.

Lusa / SOL