Surpresa: apesar do caso Sócrates, o PS sobe. Todavia, está ainda longe da maioria absoluta (tem agora 37,5%, e não os 43/44% necessários para atingir esse objectivo).
Mesmo longe da maioria absoluta, o PS aumenta o seu avanço sobre os partidos da maioria, e conta agora com 5% de vantagem sobre PSD e CDS juntos. Já é uma vantagem que não deixa margem para dúvidas.
Este é, na minha opinião, um resultado espantoso. Sempre pensei que o caso Sócrates jogasse contra o PS. António Costa fez o possível por se distanciar (“à justiça o que é da justiça, à política o que é da política”). Para já, parece ter conseguido.
Por seu lado, Passos Coelho viu-se na necessidade de dizer que “Os políticos não são todos iguais”. Fazendo o PS subir nas sondagens, mesmo com Sócrates na prisão, os eleitores parecem dar razão a Passos. Só não sei se era isso que ele pretendia quando disse aquela frase.
O PCP conta com cerca de 10% das intenções de voto, o Bloco de Esquerda algo menos. Quer o novo partido de Marinho e Pinto, o PDR, quer o Livre, de Rui Tavares, têm a possibilidade de eleger deputados. Ambos apresentam resultados à volta de 2%.
Ainda faltam nove ou dez meses para as eleições legislativas, e muita coisa pode mudar até lá. Mas as sondagens, frequentemente, apontam tendências. Veremos se a subida do PS se mantém nos próximos meses, e se sim, se esse partido se aproxima da maioria absoluta.