Motorista de José Sócrates vai ser interrogado quinta-feira pelo MP

João Perna, o motorista de José Sócrates que foi preso preventivamente no âmbito da “Operação Marquês”, vai apresentar-se quinta-feira para “interrogatório complementar” no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), divulgou o seu advogado.

Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, o escritório de advogados de Ricardo Candeias informa que João Perna irá apresentar-se quinta-feira, pelas 10h00, no DCIAP, em Lisboa, para interrogatório complementar, no âmbito da investigação designada por "Operação Marquês".

A marcação do interrogatório complementar surge um dia depois de o advogado do motorista de José Sócrates entregar no DCIAP um requerimento a pedir a libertação de José Perna, invocando nulidades relacionadas com a prisão preventiva do seu cliente na "Operação Marquês", que levou também à detenção do ex-primeiro-ministro.

Na terça-feira, Ricardo Candeias declarou aos jornalistas, à porta do DCIAP, que o processo que envolve José Perna, indiciado por fraude fiscal, branqueamento de capitais e posse ilegal de arma, já devia ser público desde Outubro, por se terem esgotado todos os prazos do inquérito previstos na lei processual penal.

O advogado sustenta que estão "esgotados" todos os prazos do inquérito, invoca nulidades e diz ter apresentado no requerimento novos factos que, em sua opinião, são "muito relevantes" para que o juiz de instrução criminal substitua a prisão preventiva por outra medida de coação menos gravosa.

Além de Sócrates e João Perna, no âmbito da mesma operação está ainda em prisão preventiva Carlos Santos Silva, empresário e amigo de longa data do ex-líder socialista.

José Sócrates está preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora por suspeita de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada num caso relacionado com alegada ocultação ilícita de património e transacções financeiras no valor de vários milhões de euros.

O processo tem ainda como arguido o advogado Gonçalo Trindade, que está proibido de contactar com os restantes arguidos, de se ausentar para o estrangeiro, com a obrigação de entregar o passaporte e de se apresentar semanalmente no DCIAP.

Lusa/SOL