Álvaro Sobrinho: ‘Todas as operações de crédito eram conhecidas pelo BES’

O ex-presidente do BESA Álvaro Sobrinho está hoje a prestar declarações aos deputados da comissão de inquérito sobre o colapso do BES. O gestor mostrou-se disponível para assumir “todas as responsabilidades” pelas acções que tomou nos dez anos em que esteve na instituição financeira, mas sublinhou que todas as operações de crédito eram do conhecimento…

Álvaro Sobrinho: ‘Todas as operações de crédito eram conhecidas pelo BES’

Álvaro Sobrinho – um dos accionistas da Newshold, que controla o semanário SOL, foi questionado sobre a linha de crédito cedida pelo BES ao BESA, de três mil milhões de euros. “Foi uma linha que se iniciou em 1,5 mil milhões de dólares e tinha como objectivo a subscrição de um fundo de desenvolvimento em Angola”, explicou.

“Parte deste dinheiro foi para comprar obrigações de Estado angolano com uma maturidade de 10 anos”, disse, acrescentando que outra parte significativa foi para apoio de empresas exportadoras portuguesas. “A relevância do BESA na economia angolana foi transversal a todos os sectores”.

O banqueiro explicou que a concessão de crédito obedecia a regulamentos próprios e que o banco tinha um comité de crédito. E as propostas de financiamento, como em todos os bancos, era feita de maneira para que a gestão de risco tivesse um parecer. A análise de risco de crédito já estava realizada antes da provação.

O BES pagava as cartas de crédito e o BESA fazia a transferência. “Os três mil milhões de euros nunca saíram do BES em Portugal”, garantiu. Álvaro Sobrinho afirmou que o “BESA só tinha um banco correspondente: o BES em Portugal. “Todas as operações, ordenantes e beneficiários, eram do conhecimento do BES. O banco correspondente poderia rejeitar todas as operações que não estivessem de acordo com o compliance”, garante o ex-presidente do BESA.

“Reportávamos toda a carteira de crédito mensalmente, reportávamos o risco de crédito e o rácio de liquidez. Os maiores devedores eram reportados ao BES, que depois comunicava ao Banco de Portugal, bem como os maiores depositantes”.

As declarações de Álvaro Sobrinho:

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