Mortes por VIH/Sida diminuíram

O número de novos casos de VIH e de Sida diminuíram acentuadamente em 2013, em relação a 2012, assim como o número de mortes associadas à infecção, revela o relatório “Portugal — Infecção VIH, SIDA e Tuberculose”, hoje apresentado.

Segundo o documento da Direcção-Geral da Saúde, em 2013, por comparação com o ano anterior, verificou-se um "decréscimo acentuado" de 13,7% no número de novos casos de infecção por VIH, de 21,2% no número de novos casos de Sida, e de 8,6% no número de óbitos associados à infecção por VIH.

A transmissão mãe-filho ocorreu apenas em dois dos 197 recém-nascidos de mães infectadas por VIH, acrescenta o relatório.

O meio de transmissão da infecção mais frequente foram as relações sexuais, sendo a transmissão entre homens a única que aumentou, ao passo que a transmissão entre toxicodependentes continua a diminuir.

"A transmissão da infecção através de relações sexuais correspondeu a mais de 90% do total de casos notificados em 2013, sendo a transmissão em Homens que têm Sexo com Homens (HSH) a única que aumentou nos últimos 10 anos", revela o relatório.

Ao invés, a transmissão em Utilizadores de Drogas Injectáveis (UDI) acentuou a tendência de decréscimo anterior, tendo sido inferior a 7% do total de casos notificados.

Quanto à distribuição geográfica dos novos casos, ocorreram de forma desigual ao longo do país, com a maioria dos casos concentrados na região de Lisboa, mantendo uma tendência já verificada em anos anteriores.

As regiões da Grande Lisboa e da Península de Setúbal concentraram mais de 55% do total de casos notificados e o concelho de Lisboa apresentou uma taxa de incidência de novos casos de infecção por VIH mais de três vezes superior à média nacional (13.6/100.000 habitantes). 

"Aliás, é nos grandes centros urbanos que se verificaram as taxas de incidência de novos casos mais elevadas: além de Lisboa, Porto, Loures, Amadora, Setúbal, Sintra, Oeiras, Faro", sublinha o relatório.

Entre as recomendações preconizadas pela DGS, está o reforço do diagnóstico precoce, designadamente através da sua generalização à população, através dos cuidados de saúde primários. 

O Programa Nacional para o VIH/Sida recomenda também que se promovam novas abordagens de prevenção, diagnóstico e tratamento, de forma a dar resposta mais rápida e eficaz à infecção por VIH.

Para fazer face à concentração de casos nos grandes centros urbanos, é recomendada a definição de uma estratégia de actuação que envolva os diferentes parceiros, nomeadamente as estruturas da saúde, autárquicas e da comunidade, dirigida ao controlo da infecção VIH e da tuberculose.

Lusa/SOL