Construção naval ‘renasce’ em Viana do Castelo

O ministro da Defesa Nacional afirmou hoje que o país assistiu ao “renascer” da construção naval com a assinatura do primeiro contrato da West Sea desde que assumiu a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

Construção naval ‘renasce’ em Viana do Castelo

O contrato hoje assinado nos estaleiros, entretanto subconcessionados à West Sea, prevê a construção de um navio-hotel para o grupo Douro Azul, num investimento de 12 milhões de euros.

"Depois de uma grande reforma, depois de termos resistido a todas as pressões para que tudo ficasse na mesma, em que havia apenas o benefício de uns poucos em prejuízo o que era o interesse do país, Portugal assinala hoje o renascer da construção naval e em Viana do Castelo", afirmou José Pedro Aguiar-Branco.

O governante falava a bordo do navio Atlântida, onde decorreu assinatura do primeiro contrato de construção naval celebrado pela West Sea desde que o grupo assumiu, em maio passado, a subconcessão dos terrenos e infra-estruturas dos ENVC.

Para Aguiar-Branco, esta encomenda veio "mostrar que valeu a pena resistir a tudo o que era oportunismo e populismo de uns poucos" e levar por diante "o difícil" processo de subconcessão dos ENVC, "a única solução possível" para garantir a continuidade da reparação e construção naval em Viana do Castelo.

"Não foi fácil, mas valeu a pena não nos deixarmos condicionar por aqueles que mais vezes preferem uns poucos minutos de glória televisiva do que a qualidade das decisões", sustentou, referindo-se aos críticos da subconcessão dos ENVC ao grupo West Sea.

No discurso que proferiu na presença do presidente da Câmara de Viana do Castelo, um dos mais duros críticos daquela medida governamental, Aguiar-Branco afirmou que, "às vezes, o difícil não é fazer reformas, mas resistir às demagogias que intoxicam a opinião pública".

"Perguntaram-me várias vezes porque é que ainda não tinha vindo a Viana do Castelo. Porque nunca quis vir numa lógica demagógica, em que trazia atrás de mim toda uma dimensão mediática, quando na prática não tinha ainda a solução para os problemas. Eu caprichei por fazer diferente. Disse que quando viesse a Viana era para ser parte da solução e não para a andar a intoxicar", afirmou.

Por outro lado, Aguiar-Branco destacou "a seriedade, lealdade e sentido de interesse nacional" do coordenador da União de Sindicatos local, que afirmou ter "contribuído para esta solução".

"Tenho a consciência de que foi essa seriedade, esse sentido pragmático, que viabilizou (…) de reparação e construção naval em Viana do Castelo", afirmou, dirigindo-se ao sindicalista Branco Viana, presente na cerimónia nos Estaleiros da West Sea.

O ministro da Defesa realçou ainda o desempenho do presidente do grupo que venceu a subconcessão dos ENVC, "através de um concurso público transparente, livre e escrutinado"  que "hoje está a dar o corpo às balas para mostrar que está no terreno a fazer aquilo a que se comprometeu".

Destacou ainda que o grupo "já contratou mais de 100 antigos trabalhadores dos ENVC" e que "há perspectivas de, "como sempre foi dito, nos próximos anos virem a ser contratados até 400 trabalhadores".

Lusa/SOL