Foi assim que Perna foi apanhado nas escutas e vigilâncias da Operação Marquês. Em menos de um ano, os investigadores acompanharam em directo mais de 40 entregas de numerário a Sócrates, na sua casa no edifício Heron Castilho, que totalizaram cerca de 400 mil euros.
Esse dinheiro, sempre em numerário e totalizando um milhão de euros – um valor que, para se ter uma ideia, daria para suportar refeições durante 55 anos, a uma média de 50 euros por dia – foi um dos pontos principais dos interrogatórios dos arguidos. Confrontados pelo juiz de instrução Carlos Alexandre e pelo procurador da República Rosário Teixeira, titular do inquérito, tanto Carlos Santos Silva como Sócrates juraram que as quantias em causa são um empréstimo do empresário ao ex-primeiro-ministro.
Às mais de 40 entregas de dinheiro do último ano (desde que o inquérito teve início), totalizando 400 mil euros, juntam-se, porém, os registos da conta de Santos Silva desde 2011, de levantamentos em numerário de cerca de 600 mil euros.
Funeral do irmão de Sócrates pago por conta do motorista