‘Santos Silva é o saco azul de Sócrates’

Quando há pouco mais de um ano se iniciou a Operação Marquês, colocando sob vigilância e escuta todos os suspeitos, já João Perna pensava mudar de vida. O temperamento de José Sócrates e o seu esquema de vida, que o motorista já adivinhava, levaram-no a procurar outro emprego, mas sem êxito. Embora longe de alcançar…

‘Santos Silva é o saco azul de Sócrates’

Foi assim que Perna foi apanhado nas escutas e vigilâncias da Operação Marquês. Em menos de um ano, os investigadores acompanharam em directo mais de 40 entregas de numerário a Sócrates, na sua casa no edifício Heron Castilho, que totalizaram cerca de 400 mil euros.

Esse dinheiro, sempre em numerário e totalizando um milhão de euros – um valor que, para se ter uma ideia, daria para suportar refeições durante 55 anos, a uma média de 50 euros por dia – foi um dos pontos principais dos interrogatórios dos arguidos. Confrontados pelo juiz de instrução Carlos Alexandre e pelo procurador da República Rosário Teixeira, titular do inquérito, tanto Carlos Santos Silva como Sócrates juraram que as quantias em causa são um empréstimo do empresário ao ex-primeiro-ministro.

Às mais de 40 entregas de dinheiro do último ano (desde que o inquérito teve início), totalizando 400 mil euros, juntam-se, porém, os registos da conta de Santos Silva desde 2011, de levantamentos em numerário de cerca de 600 mil euros.

Funeral do irmão de Sócrates pago por conta do motorista

Investigação apanha 40 entregas de dinheiro a Sócrates

felicia.cabrita@sol.pt