IAVE arrasa prova de avaliação de professores

A prova de avaliação dos professores foi arrasada pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE). Num parecer do Conselho Científico do IAVE, pode ler-se que a prova a que são sujeitos todos os docentes contratados com menos de cinco anos de serviço não é “válida e fiável” no objectivo a que se propõe, tendo como “propósito…

IAVE arrasa prova de avaliação de professores

"O Conselho Científico considera que nenhuma avaliação pontual, realizada através de uma prova escrita 'de papel e lápis' com a duração de duas horas, é efectivamente válida e fiável se não for integrada numa estratégia global e contínua de formação e avaliação", lê-se nas considerações finais de um parecer do Conselho Científico do IAVE, o organismo que coordena a aplicação da prova de avaliação de capacidades e conhecimentos (PACC) dos professores.

Este documento foi produzido em Novembro, semanas antes da realização da prova, que continua a suscitar oposição entre os docentes, embora este ano a contestação não tenha impedido a sua concretização. O ministro Nuno Crato tem defendido a importância desta prova para dignificar o acesso à carreira docente, mas os sindicatos de professores lutam contra ela desde que foi anunciada.

No parecer afirma-se ainda que nas condições em que se realiza, a PACC "afigura-se-nos como uma iniciativa isolada, cujo propósito mais evidente parece ser o impedimento ou obstaculizar o acesso à carreira docente".

O Conselho Científico considera que a prova falha no objectivo essencial: "Em nenhum momento a PACC avalia aquilo que é essencial: a competência dos professores candidatos para esta função". 

Apesar de declarar a sua concordância com as "finalidades gerais" declarada na PACC, e constantes do preâmbulo do decreto regulamentar que enquadra legalmente a prova, o Conselho Científico não deixa de apontar que este texto legal é "contraditório e inconsistente".

rita.carvalho@sol.pt