Procurador relata caça aos irmãos Kouachi e sequestro do supermercado

O procurador de Paris, François Molins, reconheceu oficialmente, esta noite, Saïd e Chérif Kouschi como os autores do atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo e fez um relato do que se passou esta sexta-feira na gráfica Dammartin-en-Goële e no supermercado em Paris.

Molins referiu que foram detidas, no total, 16 pessoas.Vários membros da família Kouachi foram detidos em Reims e em Charleville-Mézières, entre eles a mulher de um dos terroristas.

As investigações feitas aos irmãos Kouachi e aos seus amigos permitiram  descobrir que Chérif Kouachi tinha estado no Iémen em 2011 e que um indivíduo fosse identificado: Amedy Coulibaly.

Na noite de quinta-feira, refere o procurador, um vestígio de ADN foi retirado de uma boina que foi encontrada no local onde se deu a troca de tiros em Montrouge – e que matou uma agente da polícia. Essa amostra permitiu a identificação de Amedy Coulibaly.

Foram feitas buscas às duas últimas residências conhecidas de Coulibaly e foram detidos dois dos seus amigos.

O procurador conta ainda que esta manhã, em Nanteuil-le-Haudouin, os irmãos Kouachi saíram a pé de um bosque, onde passaram a noite, perto de Villers-Coterêt e roubaram um carro, dizendo ao automobilista que estavam ali para vingar o profeta.

Na fuga, encontraram uma barreira policial e, na troca de tiros, um dos irmãos ficou ferido na garganta. Em seguida, refugiaram-se no primeiro andar de uma gráfica em Dammartin-en-Goële. Fizeram um refém.

Às 10h20 locais, o gerente da gráfica foi libertado. Informou as autoridades de que que os terroristas estavam armados e que Saïd estava ferido. Um empregado da fábrica escondeu-se no segundo andar sem que os irmãos se apercebessem da sua presença.

Às 11h45, as forças de intervenção tentaram negociar por telefone com os atacantes mas estes não responderam.

Às 13h45, em Paris, um homem depois identificado como Amedy Coulibaly sequestrou um supermercado judaico em Porta de Vincennes. Ameaçou matar reféns se as autoridades tomassem de assalto a gráfica. Molins afirmou que houve mais de 500 telefonemas entre os irmãos Kouachi e Amedy Coulibaly.

Às 17h, Saïd e Chérif Kouachi saíram da gráfica e dispararam sobre as autoridades, que ripostaram e mataram os terroristas. No interior, foram encontrados explosivos.

À mesma hora, o supermercado em Paris foi tomado de assalto. Segundo o procurador, foram encontrados quatro corpos e vários explosivos dentro do estabelecimento. Reforça que continua a busca por Hayat Boumeddiene, companheira de Amedy Coulibaly.

Molins lamenta ainda que a identidade dos irmãos Kouachi tenha sido revelada pelos meios de comunicação, uma vez que retirou o efeito surpresa de uma eventual interpelação. Cinco pessoas continuam detidas.