Padre terá morrido a tentar fazer traqueostomia

Tudo indicia que o padre encontrado morto ontem na sua casa, em Esposende, com uma faca espetada no pescoço, tenha falecido a fazer a ele próprio uma traqueostomia, quando acometido por uma súbita crise respiratória aguda.

Mas a Polícia Judiciária de Braga tem ainda todas as hipóteses em aberto. Só amanhã, durante a autópsia, que será acompanhada pela Polícia, é que, em princípio, ficarão esclarecidas todas as dúvidas – revelou esta tarde ao SOL uma fonte da PJ.

O padre José Miguel Pereira, de 40 anos de idade, conhecido como Padre Zé Miguel, antigo director do Diário do Minho, foi encontrado já morto na cozinha da Casa Paroquial da Apúlia, em Esposende. Sofria de doença respiratória crónica, tendo sido internado há poucas semanas com uma pneumonia.

Desde sábado que o sacerdote não conseguia sequer celebrar missa, tendo sido supostamente acometido por uma crise respiratória quando cozinhava na Casa Paroquial da Apúlia, durante a noite de ontem. Tudo indicia que, em desespero, tentou fazer um pequeno corte para desobstruir a traqueia, abrindo ele próprio um orifício na traqueia, como é habitual em tais situações.

O padre José Miguel Pereira era natural da freguesia de Belinho, em Esposende, tendo a seu cargo as Paróquias da Apúlia e de Rio Tinto, depois de ter dirigido já em Braga o Diário do Minho. Tinha sido pároco em Cabanelas, Vila Verde, tendo também trabalhado como assessor do arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga.