Pires de Lima: Gestores da PT tomaram decisões ‘sem pudor’

Ministro da Economia fala num “triângulo trágico” que ditou a crise na PT: accionistas que descapitalizaram a empresa, poder político que interferiu na gestão e gestores com decisões “inexplicáveis”.

Como tem acompanhado o caso PT?

Por vezes com bastante preocupação. A PT Portugal – e quero distingui-la dos seus accionistas – é uma boa empresa. Emprega 10 mil pessoas, dá um contributo importante à economia, assegura serviços bastante competitivos, tem uma quota de mercado muito relevante. Mas, como qualquer empresa, pode ser contaminada por esta confusão que existe em torno dos seus accionistas. A PT Portugal não tem tido os accionistas que merece.

Porquê?

Depois da fracassada OPA da Sonae, teve accionistas que se preocuparam fundamentalmente em descapitalizar a empresa, em tirar todo o dinheiro que puderam da empresa para justificar a recusa à OPA da Sonae. E como se não fosse pouco, ainda teve todas as interferências possíveis e imaginárias do anterior Governo para se aliar ao pior sócio possível no Brasil. Foi uma espécie de triângulo trágico que orientou a PT nos últimos anos: accionistas fundamentalmente preocupados em tirar dinheiro da empresa, alguns usando-a como uma espécie de caixa de tesouraria própria; decisores políticos que condenaram a empresa a casamentos pouco desejáveis e gestores que, sem pudor, desqualificaram completamente a gestão da empresa nos últimos anos, com decisões que são completamente inexplicáveis.

Leia esta entrevista na íntegra, onde Pires de Lima fala da privatização da TAP e da queda acentuada do petróleo, na edição impressa do SOL, já nas bancas.

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