Jardim quer partido novo para criar alternativa

À saída do Palácio de Belém, Alberto João Jardim falou aos jornalistas na importância de encontrar alternativas políticas aos partidos do sistema. No rescaldo da vitória do Syriza na Grécia, o agora demissionário presidente do Governo Regional da Madeira diz que era importante encontrar novos partidos com novas soluções.

Jardim quer partido novo para criar alternativa

Jardim diz que "o debate interno do PSD " não chega para encontrar essas alternativas e afirma que haverá muitas pessoas "no centro-direita e no centro-esquerda" para ocupar esse espaço.

"É preciso que apareça uma alternativa credível ao centro", defendeu, lembrando que em Portugal o partido mais próximo do Syriza não recolhe apoios suficientes para chegar ao poder e romper com a política de austeridade.

"Não estou a ver os portugueses votar no BE", afirmou, depois de ter ido a Belém apresentar as despedidas a Cavaco Silva, um dia depois de o Conselho de Estado ter dado parecer favorável à marcação de eleições antecipadas na Madeira no dia 29 de Março.

Apesar de apontar a necessidade de mudança, o ex-líder do PSD Madeira não se inclui no lote dos que podem estar nessa alternativa, por estar "no exílio dourado" da ilha que governou durante 40 anos. Mas também não fecha completamente a porta à vida política. 

"Eu ajudo tudo o que for romper com o sistema", assegurou aos jornalistas, explicando que o seu futuro está em aberto e não está excluída a hipótese quer de fazer uma campanha presidencial quer de voltar para o Parlamento, já que considera que pode não ter condições de prescindir do ordenado de deputado.

De resto, Alberto João Jardim lamentou o nível de vencimento dos políticos, considerando que qualquer dia "têm de sobreviver de empréstimos ".

margarida.davim@sol.pt