Jerónimo de Sousa diz que corte nos abonos de família é uma “aberração”

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa, afirmou hoje que o corte nos abonos de família, que atingiu quase 40 mil crianças, “é uma aberração” e que o PCP vai fazer tudo para os repor.

Jerónimo de Sousa diz que corte nos abonos de família é uma “aberração”

"Porque é que se corta o abono de família a quem tem um rendimento 'per capita' de 628 euros? Num quadro de dificuldades, de empobrecimento é esta a faixa etária [crianças] que mais riscos corre", disse o líder comunista.

Jerónimo de Sousa falava esta manhã aos jornalistas no final de uma visita à Associação de Solidariedade Social dos Moradores do Bairro das Patameiras (Odivelas), que apoia crianças em idade de pré-escolar, vincou que a reposição do abono de família será uma das lutas do partido.

"Nós entendemos que é uma questão que estará presente nas nossas jornadas parlamentares", que se realizarão na próxima semana em Aveiro, adiantou. 

Jerónimo de Sousa defendeu que o abono deve ser reposto ou então eliminados os critérios que levaram à exclusão de muitas crianças.

"Existe um grande consenso na sociedade portuguesa sobre esta matéria", sublinhou o secretário-geral do PCP.

A Associação de Solidariedade Social dos Moradores do Bairro das Patameiras presta apoio directo a duas centenas de crianças nas valências de Jardim-de-infância e Actividades de Tempos Livres.

A semana passada o Instituto da Segurança Social revelou que quase 40 mil crianças e jovens perderam o direito ao abono de família entre Dezembro de 2013 e o mês homólogo de 2014, em que havia 1.146.344 beneficiários.

Lisboa é a região do país com o maior número de abonos de família atribuídos (227.508), seguida do Porto (221.465) e Braga (105.399).

O montante do abono família varia de acordo com a idade da criança ou jovem e com o nível de rendimentos de referência do respectivo agregado familiar.

O valor apurado insere-se em escalões de rendimentos estabelecidos com base no Indexante dos Apoios Sociais (IAS).

Lusa/SOL