Meco: João Gouveia falta ao debate instrutório

O pai do único arguido na investigação sobre a morte de seis jovens na praia do Meco, em 2013, anunciou que o filho João Gouveia estará hoje ausente do tribunal, no primeiro dia de debate instrutório, no tribunal de Setúbal.

"No final da audiência, terão oportunidade de saber [porque não veio João Gouveia]", disse aos jornalistas o pai do sobrevivente da tragédia na praia do Meco, ocorrida em Dezembro de 2013", que, tal como o filho, também se chama João Gouveia.

"Espero que os pais dos jovens que faleceram possam fazer o seu luto, conseguir conviver com a sua dor, porque não é natural perder um filho, o que é natural é que nós, pais, irmos primeiro", acrescentou.

Familiares dos seis jovens que morreram na praia do Meco reafirmaram hoje de manhã que pretendem apenas conhecer toda a verdade do que se passou na madrugada de 15 de Dezembro de 2013 e estranham que João Gouveia, filho, nunca os tivesse enfrentado para contar o que se passou na noite em que perderam os filhos.

Questionado pelos jornalistas, o pai de João Gouveia escusou-se a dizer se terá havido ou não um ritual de praxe na noite em que morreram os seis jovens, remetendo para a investigação do Ministério Público, que inicialmente, foi arquivada.

"As coisas estão claras como água quanto a isso. Está ali preto no branco. Basta lerem os termos da investigação", disse. 

O pai do arguido João Gouveia referiu ainda compreender a dor dos familiares dos seis jovens, mas lembrou que o próprio filho também vai ter de viver com aquilo que aconteceu para o resto da vida e lamentou que se esteja a "transformar um drama real num drama de faca e alguidar". 

A primeira sessão do debate instrutório, em que estava prevista a audição de João Gouveia e de mais três testemunhas, decorre no tribunal de Setúbal à porta fechada. 

Lusa/SOL