Tensão entre Alemanha e Grécia

A chanceler alemã, Angela Merkel, reiterou hoje a sua recusa de um alívio da dívida grega, quando parece empenhada em evitar um encontro directo com o recém-eleito primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.  

Tensão entre Alemanha e Grécia

De acordo com um porta-voz do Governo alemão, a posição de Merkel foi transmitida numa conversa telefónica com o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.  

Merkel afirma-se aberta ao diálogo com o novo chefe do Governo grego, mas assumindo o princípio que regeu os programas de ajuda, segundo o qual qualquer apoio concedido a um país depende do cumprimento dos compromissos. 

Por outro lado, o executivo alemão não vê neste momento motivos para alterar os mecanismos de controlo definidos para a concessão de empréstimos à Grécia, apesar do afastamento de Atenas em relação à 'troika', formada pela Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu. 

Entretanto, o novo primeiro-ministro grego já tem visitas oficiais previstas para Roma, Paris e Bruxelas, mas Berlim — que foi o maior contribuinte para o resgate financeiro da Grécia – ainda não está na agenda de Tsipras.

Angela Merkel quer evitar encontrar-se directamente com o governante grego e não deverá aceitar um encontro bilateral à margem do Conselho Europeu, que se realizará no próximo dia 12, apesar de fonte oficial do Governo alemão não excluir essa possibilidade.  

O objectivo da chanceler alemã é mostrar a Tsipras que ele está isolado na Europa, disse uma fonte do Governo alemão, citada pela Bloomberg. 

Merkel não reconhece grande margem para prestar mais apoio à Grécia e desconfia das promessas de Tsipras de que conseguirá aumentar a receita através da redução da corrupção e do aumento de taxas sobre os mais ricos.

A tensão entre Berlim e Atenas foi acentuada com o primeiro ato oficial de Tsipras à frente do Governo grego: uma homenagem às vítimas da ocupação nazi. No entanto, a mensagem pública dos dois lados é de boa vontade, com a Alemanha a considerar Tsipras como um "interlocutor bem-vindo".

Lusa/SOL