2.Partilha. Finalmente aconteceu: o BCE vai comprar dívida pública e privada à razão de 60 mil milhões por mês por tempo indeterminado. Foi um parto difícil e o preço a pagar foi a partilha de risco de incumprimento entre o BCE e os bancos centrais nacionais. Não acredito que seja a bala mágica. Mas era inescapável, com ou sem partilha.
3.Foi-se. A PT Portugal foi vendida à Altice. Estará com o fundo francês por pouco tempo. Limpo o balanço, enxutas as gorduras, expurgados os excedentes, será vendida a prémio a um outro operador, talvez a Telefónica. Mas esta foi apenas a gota de água, o episódio final de uma história que começou mal, quando o Alcácer Quibir de um grande operador lusófono, alimentada pelo Governo de Sócrates e com grande eco na inteligência nacional, empurrou a PT para os braços da Oi. Está não é uma história de omissão de intervenção pública. É uma história de onde nos pode conduzir o uso negócios para fazer política.
4.Syriza. Ganhou. Vai formar Governo. A rejeição da austeridade é um slogan de campanha mas não um programa de Governo. Quando as escolhas tiverem de ser feitas aposto que a coligação de 13 partidos, grupos e grupelhos explode. Lembro-me de uma piada antiga: dois trotskistas fazem um partido, três uma internacional e quatro uma cisão. Assim é a extrema esquerda. Prognóstico: dentro de um ano a Grécia terá eleições.