Na semana passada, o CGI anunciou que, "por decisão unânime" dos seus membros, tinha indigitado Gonçalo Reis (presidente), Nuno Artur Silva (vogal) e Cristina Vaz Tomé (vogal como pelouro financeiro) para a administração da RTP, substituindo a equipa de Alberto da Ponte na liderança da estação pública.
Além disso, o CGI divulgou o Projecto Estratégico elaborado pelos futuros administradores da RTP, que deverão iniciar funções esta semana.
Aliás, o Projecto Estratégico deverá ser um dos pontos em debate na comissão parlamentar, depois de o CGI ter 'chumbado' o documento apresentado pela administração anterior.
A administração de Gonçalo Reis defende, no Projecto Estratégico divulgado na semana passada, que a oferta da RTP não deve ser "unicamente um empacotamento de conteúdos", mas antes "uma programação criativa e estimulante de serviços de programas" ou que os conteúdos da televisão pública a emitir não devem ser definidos pela área comercial.
Por outro lado, os esforços de contenção da RTP deverão concentrar-se "na esfera de gastos em fornecimentos e serviços de terceiros e em custos com pessoal associados a funções administrativas de baixo valor acrescentado, tentando salvaguardar os montantes a disponibilizar para grelha/produção de conteúdos, que são um factor diferenciador e essencial para garantir a relevância da oferta da RTP, bem como assegurando a capacidade" para a empresa "atrair e reter recursos humanos adequados nas funções estratégicas, nomeadamente as relacionadas com a produção e emissão de conteúdos, entre outras, como as áreas dos novos media, tecnologia, distribuição e promoção", lê-se no projecto.
A 21 de Janeiro, o Governo anunciou que a equipa de Alberto da Ponte iria renunciar ao cargo após a entrega do relatório das contas de 2014 e elogiou a "boa gestão" da administração.
Numa carta enviada aos trabalhadores intitulada "Carta Aberta ao Cidadão", a equipa de Alberto da Ponte adiantava que a RTP tinha reduzido os custos em 94 milhões de euros, apesar de ter registado uma diminuição de 75 milhões de euros de fundos públicos.
Lusa/SOL