O que é a hepatite C?

É uma doença infecciosa que afecta sobretudo o fígado e que é causada pelo vírus da hepatite C, o VHC. Quando crónica, pode causar cirrose, insuficiência hepática e cancro, sendo por isso potencialmente fatal. 

O agente infecioso desta doença, o VHC, só foi identificado em 1989. Transmite-se sobretudo por via sanguínea.

Nos países ocidentais, os grupos populacionais mais afectados são os utilizadores de drogas injectáveis e doentes que tenham sido submetidos a transfusões e cirurgias antes de 1992, altura a partir da qual se tomaram mais medidas de prevenção do contágio deste e de outros vírus – nomeadamente o VIH. Hoje em dia, a probabilidade de transmissão em ambiente hospitalar é praticamente nula.

Há registo de casos de transmissão de mãe para filho no momento do parto, mas são muito raros. Há também registo de infecções através da partilha de material de tatuagem indevidamente esterilizado.

Não está cientificamente comprovado o contágio por via sexual.

Os sintomas

A maioria dos doentes não se apercebe da infecção na fase inicial, devido a uma habitual ausência de sintomas.

Com o avançar da doença, os problemas no fígado podem ser evidenciados pelos seguintes sintomas: dor abdominal, sangramento no esófago ou estômago, urina escura, fadiga, febre, perda de apetite, náusea, vómitos ou icterícia, entre outros.

Cerca de um quarto das pessoas infectadas com o VHC recupera espontaneamente de uma infecção aguda. Nos restantes casos, há evolução para um quadro de hepatite crónica. Esta evolução pode ser muito lenta, e em alguns casos pode demorar décadas.

Existem outros dois tipos comuns de hepatites – A e B. A C é considerado a mais grave.

O tratamento

Os médicos apostam habitualmente numa combinação de medicamentos antivirais que apresentam uma taxa de sucesso na remoção do VHC cada vez mais elevada. Os medicamentos no centro da recente polémica que envolveu o Governo e as farmacêuticas apresentam taxas de eficácia próximas dos 90%.

No caso de haver danos irreversíveis no fígado, um transplante pode ser necessário – mas este procedimento não trava a infecção por si só.

Um portador do VHC deve evitar beber álcool e tomar medicamentos que possam sobrecarregar o fígado. Deve evitar ainda que outras pessoas entrem em contacto com o seu sangue.