“Os relatos dos cidadãos afirmam que a PSP entrou no Bairro da Cova da Moura para uma acção e deteve uma pessoa que é portadora de uma deficiência motora, e, que apesar de não ter oferecido resistência, foi violentamente agredida, de pé e depois no chão, por diversos elementos da PSP. Posteriormente, os elementos da PSP terão disparado vários tiros com balas de borracha. Inclusive, uma mulher, que se encontrava à janela, foi baleada por três vezes”, escreveu a deputada Cecília Honório no requerimento que enviou ao Ministério da Administração Interna.
A PSP versão da PSP foi outra: um jovem, no meio de um grupo de cerca de 10 pessoas, atirou uma pedra contra uma carrinha de uma equipa que patrulhava o bairro. Um polícia sofreu ferimentos ligeiros e foi transportado para o Hospital Amadora-Sintra, enquanto o jovem, de 24 anos, foi detido e levado para a esquadra de Alfragide. A polícia admite que disparou um tiro de shotgun para o ar para dispersar o grupo. Depois disso, e em retaliação, um grupo de jovens tentou invadir a esquadra e cinco acabaram por ser detidos.
Da parte dos moradores, porém, a versão é outra. “Há informações de que quatro cidadãos do bairro, entre eles colaboradores do Moinho da Juventude (uma associação que faz muito trabalho no Bairro e até já recebeu o prémio de direitos humanos da Assembleia da República) se dirigiram à esquadra para apresentar queixa dos agentes e obter informações do jovem detido pela PSP, que havia sido levado para esta esquadra. A PSP argumenta que o que esteve aqui em causa foi uma invasão. De todas as formas, o resultado desta ida à esquadra, merece também uma avaliação precisa: os que assistiram falam em agressões por agentes e novamente do recurso a balas de borracha e novas detenções. Finalmente, os cidadãos foram para o hospital Amadora-Sintra, muito maltratados”, descreve a deputada do bloco, que questionou ainda a ministra sobre que medidas pretende o Governo tomar de forma a prevenir actuações policiais desta natureza.
