Mentor do ‘Yes, We Can” diz que Obama não gostou da ideia

David Axelrod é um dos mais conceituados estrategistas do Partido Democrático dos Estados Unidos. Aos 59 anos, e enquanto se prepara para ajudar o Partido Trabalhista a regressar ao poder no Reino Unido, Axelrod lança uma autobiografia onde relata as mais de 150 campanhas eleitorais que dirigiu nos últimos 40 anos.

Mentor do ‘Yes, We Can” diz que Obama não gostou da ideia

Um currículo onde estão as vitórias que fizeram a carreira política de Barack Obama, incluindo a sua caminhada para a Casa Branca, impulsionada por um grito de guerra que se tornou global: Yes, We Can. Em ‘Believer – My Forty Years In Politics’ (Crente – Os Meus 40 Anos na Política), Axelrod faz uma revelação inesperada sobre o slogan, segundo a crítica do New York Times, que teve acesso ao livro antes do seu lançamento.

Depois de Axelrod ter sugerido o lema, que considera “dar aos eleitores uma fatia na realização da mudança”, Obama terá considerado a ideia “banal”. Ainda segundo a crítica de quem já teve acesso ao relato completo de Axelrod, foi Michelle Obama, a actual primeira-dama, a convencer Obama a usar o slogan.

O grito tornar-se-ia tão global que, seis anos depois, deu origem ao nome de um novo partido espanhol que ameaça interromper os mais de 30 anos de hegemonia popular e socialista em Madrid – o Podemos.

A biografia, que é lançada na terça-feira nos Estados Unidos, revela ainda a forma “irritada” com que Obama desligou o telefone após ter recebido um telefonema de Mitt Romney na noite em que foi reeleito Presidente, revela o New York Daily News. 

Na habitual chamada de felicitações, em que o adversário reconhece a impossibilidade de chegar à vitória perante os números já disponíveis, Romney terá dito a Obama: “Você esteve muito bem ao mobilizar o voto em cidades como Cleveland e Milwaukee”. Com cara mais séria do que seria de esperar numa noite de celebração, Obama contou a conversa aos seus assessores, acrescentando no final da frase: “Ou seja, eleitores negros. É isto que ele pensa que se passou”.

nuno.e.lima@sol.pt