Mais uma marca de luxo ‘rendida’ aos jipes

É a tendência do momento no sector automóvel e ao contrário da maioria das situações, em que os carros generalistas das marcas mais comuns incorporam tecnologia de segmentos de luxo, desta vez o fenómeno foi o inverso. A febre dos SUV estendeu-se a quase todas as marcas e as de luxo não querem perder o…

A Jaguar vai lançar o F-Pace em 2016, na mesma altura em que chegam às estradas o Maserati Levante e o recém-anunciado Bentley Bentayga. No ano seguinte é esperado o Lamborghini Urus. E mesmo a Aston Martin, que não planeia lançar um modelo desse segmento, já apresentou protótipos em salões automóveis no passado.

Agora, talvez ‘inspirada’ pelas recentes revelações da concorrente Bentley, do grupo Volkswagen, também a Rolls Royce (detida pela BMW) anunciou ao mundo que vai preparar um SUV de luxo. Sem nunca usar essa sigla, a marca britânica com 111 anos refere apenas, em comunicado, que será um veículo “capaz de atravessar qualquer terreno” e atira o slogan ‘Em todo o lado, sem esforço’.

Segundo a imprensa especializada internacional, o próprio anúncio da Rolls Royce teve o seu quê de exclusivo. Em Nova Iorque, circularam vários Rolls Royce Phantom pela cidade esta terça-feira, conduzidos por motoristas de traje irrepreensível e luvas brancas, a entregar cartas com o comunicado.

A moda dos SUV espalhou-se de forma global na última década e meia, havendo agora desde pequenos crossover do segmento B a jipes super luxuosos acessíveis apenas aos mais ricos. O Porsche Cayenne foi um dos primeiros a subir a parada, concorrendo com o Audi Q7, o Mercedes-Benz GL e o BMW X5 ou X6. E todos estes enfrentaram o histórico Range Rover, que sempre manteve uma aura de ‘jipe durão com interior confortável e luxuoso’.

No entanto, o segmento em que a Rolls Royce quer entrar, e onde se esperam também o Bentley, o Lamborghini e o Maserati, fica ainda uns níveis acima. Carros que podem atravessar qualquer percurso, é certo, mas com um preço tão alto (várias centenas de milhares de euros) que qualquer risco ou amolgadela vale mais do que todo um automóvel de outras marcas.

emanuel.costa@sol.pt