Vítor Constâncio ganhou mais de 325 mil euros no BCE

Saiba quais os vencimentos da comissão executiva do Banco Central Europeu em 2014, ano em que a instituição reforçou os seus quadros com mais de 470 funcionários a tempo inteiro.

Vítor Constâncio ganhou mais de 325 mil euros no BCE

Vítor Constâncio, vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) recebeu um vencimento superior a 325 mil euros em 2014.

O ex-governador do Banco de Portugal, que assumiu a vice-presidência do BCE em Junho de 2010, auferiu um salário de 325.392 euros, mais de 23 mil euros mensais, considerando 14 salários anuais.

Os membros da comissão executiva do BCE beneficiaram de um ligeiro aumento salarial no ano passado. De acordo com o relatório e contas do BCE, Constâncio viu o seu salário anual subir 1.176 euros para 325.392 euros, o que compara com 324.216 euros em 2013.

O presidente do BCE é, obviamente, o membro da Comissão Executiva com o vencimento mais elevado. Mario Draghi ganhou 379.608 euros, mais 0,36% face aos 378.240 euros recebidos em 2013.

Entre os restantes membros da Comissão Executiva do BCE, Peter Praet, Benoît Cœuré receberam 271.140 euros, uma valorização salarial também de 0,36%. Yves Mersch é a única excepção, porque em 2013 tinha recebido 281 mil euros.

Em 2014, o ‘board’ do BCE sofreu alterações com a saída de Jörg Asmussen e a entrada de Sabine Lautenschläger em Janeiro.

No total, as remunerações obtidas pelo conselho de administração sofreram um ligeiro decréscimo de 1% para quase 1,8 milhões de euros. Com mais exactidão, os seis membros da gestão do BCE ganharam 1.776.789 euros, uma descida face aos 1.794.793 euros de 2013.

“Os membros da Comissão Executiva e os membros do Conselho de Supervisão com contrato com o BCE recebem uma remuneração de base, ao passo que os membros do Conselho de Supervisão com contrato a tempo parcial com o BCE recebem também uma remuneração variável em função do número de reuniões em que participam”, explica o relatório do Banco Central Europeu.

Subsídios adicionais

Os membros da Comissão Executiva e os membros do Conselho de Supervisão com contrato a tempo inteiro com o BCE recebem subsídios adicionais de residência e representação.

O BCE disponibiliza ao seu presidente, o antigo governador de Itália Mario Draghi, uma residência oficial, propriedade do banco central, em vez de um subsídio de residência.

Os membros da Comissão Executiva e do Conselho de Supervisão “têm direito a abono de lar, abono por filho a cargo e abono escolar, dependendo das respectivas circunstâncias pessoais. A remuneração de base está sujeita a imposto, que reverte em benefício da UE, bem como a deduções relativas a contribuições para o regime de pensões e para os seguros de saúde e de acidentes”. No entanto, os subsídios ou abonos não são tributáveis nem pensionáveis.

Os subsídios ou abonos pagos aos membros da Comissão Executiva e do Conselho de Supervisão e as contribuições do BCE, em nome dos mesmos, para os seguros de saúde e de acidentes ascenderam a 674.470 euros, o que compara com 526.615 euros em 2013.

A remuneração variável auferida por membros do Conselho de Supervisão ascendeu a 74.776 euros. Em 2013, não tinha sido paga qualquer remuneração.

Supervisão bancária exige mais funcionários

No final de 2014, o número efectivo de pessoas com contratos com o BCE a tempo inteiro fixava-se em 2.577, o que mostra um reforço de 787 colaboradores face aos 1.790 contabilizados em 2013.

Dos 2.577 colaboradores, estão incluídos 278 cargos de gestão. Estes dados não consideram os membros do pessoal em licença sem vencimento, mas contabiliza pessoas com contratos permanentes, a termo ou de curto prazo e os participantes no Programa do BCE para Graduados, bem como pessoal em licença de parto ou com baixa por doença prolongada.

A média de pessoal empregado é de 2.155 colaboradores, mais 472 quando comparada com 2013.

O aumento de funcionários deveu-se sobretudo aos preparativos para o Mecanismo único de Supervisão, o sistema europeu de supervisão bancária.

“Os preparativos para a entrada em funcionamento do MUS, em 4 de Novembro de 2014, tiveram um impacto considerável a nível do pessoal do BCE. O número médio de pessoas (em equivalência a tempo inteiro) com contrato com o BCE aumentou de 1 683 em 2013 para 2 155 em 2014. No final de 2014, o BCE tinha ao seu serviço 2 577 pessoas”, explica a entidade liderada por Mario Draghi.