PS recusa ‘fazer número’ para pressionar TC

O PS recusa aliar-se à maioria e aprovar a criminalização do enriquecimento injustificado se a proposta não cumprir as normas constitucionais. 

PS recusa ‘fazer número’ para pressionar TC

PSD e CDS querem o acordo do PS para dar ao Tribunal Constitucional (TC) um sinal de abrangência e assim ser mais fácil aprovar a proposta. Mas os socialistas resistem. 

“O PS não fará número com o PSD e o CDS para pressionar o TC", afirma ao SOL o vice-presidente da bancada do PS, Pita Ameixa. “Pressionar o TC porque há mais partidos a apoiar uma solução? Não. Temos de ter uma legislação idónea que cumpra a Constituição", acrescenta. 

A proposta da maioria ainda não é conhecida – está neste momento com o CDS, que desde o início mostrou mais reservas neste tema – mas o PS defende que deve aproximar-se do projecto socialista e não o contrário. “São eles que têm de fazer coro connosco para as normas serem constitucionais", defende Pita Ameixa. 

Os socialistas consideram que o projecto apresentado em 2011 cumpre os requisitos da constitucionalidade e acusam os restantes partidos de “teimosia" – o que já levou a um atraso de três anos na legislação para penalizar as situações de enriquecimento injustificado.

Quanto a um possível entendimento com a maioria, o PS responde com avisos. “Nunca faremos um entendimento com base em normas que possam ser inconstitucionais", sublinha Pita Ameixa, nomeadamente a inversão do ónus da prova. 

Os projectos serão apresentados a 6 de Março, num debate sobre corrupção, marcado pelo BE. 

sónia.cerdeira@sol.pt