Grécia e UE a caminho do acordo

Não consigo perceber os escrevinhadores que por cá querem à força ver a Grécia de rastos e em austeridade (só me fazem lembrar uma criada que dizia: “Nunca sirvas o pobre”), e menos ainda os que para se consolarem com isso vêem no precário acordo de 6ª-feira a total cedência dos gregos aos alemães. A…

A esta hora, não sei se hoje avançarão as negociações Atenas-Bruxelas, nem conheço ainda as propostas concretas gregas. Por mim, não acho menor ter-se acabado com a representação técnica da troika, mesmo que a troika continue a funcionar com as instituições politicas que representa.

De resto, olho com alguma distância para estas negociações: percebo que a saída da Grécia significará o fim de uma União Europeia que anda sem rumo; mas, precisamente por essa falta de rumo, prefiro o seu fim (espero que apenas temporal) à sua continuação sem o rumo que lhe querem incutir estes alemães da CDU (já que os do SPD começam finalmente a dar ideia de uma mudança, como por cá o CDS), mais os fiéis apoiantes cozidos numa miséria desleal (como hoje me pareceu frisar Ferreira Fernandes, no DN).

Esperemos pois pela continuação das negociações. Eu, ao contrário do Governo e dos seus fieis, esperando também que alguma coisa mude – e mude mesmo, não apenas para que tudo continue na mesma. E já que não tivemos um Governo nosso a defender-nos nesta crise (vou de Sócrates a Passos, mesmo achando que o primeiro foi menos ‘vendido’), deixemo-nos levar pelas vantagens que nos advierem da reacção de outros.