Lisboa tem novas medidas para combater as alterações climáticas

A Câmara de Lisboa divulgou hoje medidas de adaptação às alterações climáticas de forma a resolver problemas como inundações e ondas de calor, que se verificam frequentemente, disse à agência Lusa o vereador do Ambiente.

"Este é o arranque [do plano que visa] preparar Lisboa para as alterações climáticas e temos um plano consistente" a médio e longo prazo, referiu o vereador do Ambiente e Estrutura Verde, José Sá Fernandes, que falava à margem de um seminário sobre o impacto das alterações climáticas nas cidades, que decorreu no Centro de Informação Urbana de Lisboa.

De acordo com o responsável, o Plano Director Municipal (PDM), publicado em 2012, "é em si mesmo um plano de adaptação às alterações climáticas", sendo que medidas como a criação de mais zonas verdes e de espaços cicláveis e a aposta nos carros eléctricos já estão a ser adoptadas pela Câmara.

José Sá Fernandes explicou que um dos fenómenos que afeta a cidade prende-se com as "precipitações intensas e frequentes que vão existir e que já existiram", por exemplo, duas vezes no ano passado, uma a 22 de Setembro e outra a 13 de Outubro. Isto verifica-se essencialmente na Baixa Pombalina, Alcântara e Sete Rios, indicou.

Para minimizar esta situação, o vereador informou que a autarquia está a completar o plano de drenagem da cidade, aprovado pela Câmara em 2008, e que ,"em breve", serão apresentadas as acções a realizar.

"Em algumas zonas, [haverá] o reforço de colectores, mas as zonas verdes que estamos a fazer já servem de bacias de retenção naturais, mas vamos fazer algumas mais pesadas [de betão], estamos neste momento a priorizá-las", disse.

Um outro problema é o da onda de calor, daí a necessidade de mais zonas verdes, acrescentou José Sá Fernandes, exemplificando que no verão se chegam a registar menos cinco graus centígrados no Jardim Constantino, em Arroios, do que na Avenida Almirante Reis, "apenas porque tem árvores".

No encontro, que juntou representantes de serviços municipais, juntas de freguesia, universidades e centros de investigação e desenvolvimento e de empresas, esteve também presente o vereador da Protecção Civil, Carlos Manuel Castro, que salientou a importância de uma resposta integrada do município a estes fenómenos.

A 15 de Janeiro deste ano, a Câmara de Lisboa assinou um protocolo de cooperação com o projecto Climadapat.PT, que está em linha com as normas da Estratégia Europeia de Adaptação às Alterações Climáticas e da Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas.

O Climadapat.PT Local resulta de um concurso lançado pela Agência Portuguesa do Ambiente, tendo como objectivo a preparação do país, e de cada região, para as consequências destes fenómenos, que vão afectar Portugal no futuro. É financiado pela iniciativa EEA Grants, com verbas que vêm da Noruega, Lichtenstein e Islândia, através de um acordo com o Governo português.

A elaboração da estratégia começa pela identificação, por cada município, das suas vulnerabilidades e segue com a definição de medidas de prevenção.

Lusa/SOL