Crianças portuguesas vão ser chamadas pelos centros de saúde

As crianças portuguesas com as vacinas contra o sarampo em atraso e que vivam em zonas onde a cobertura vacinal não é óptima, vão ser chamadas pelos centros de saúde para actualizarem esta medida profilática, revelou à Lusa fonte oficial.

De acordo com a subdirectora-geral da Saúde Graça Freitas, a medida vai avançar brevemente e visa impedir que Portugal deixe de ter a actual cobertura vacinal, que é superior a 95 por cento.

A decisão da autoridade de saúde portuguesa surgiu numa altura em que a secção europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um apelo aos políticos, profissionais de saúde e utentes para que potenciem a vacinação contra o sarampo nos grupos de risco.

Desde 2014, sete países europeus registaram 22.149 casos de sarampo, segundo a ONU. Nos Estados Unidos estão doentes cerca de 120 pessoas, em 14 estados.

No passado dia 18, uma criança de 18 meses morreu com sarampo na Alemanha, país que enfrenta o pior surto nos últimos anos desta doença altamente contagiosa.

Segundo Graça Freitas, Portugal tem taxas de cobertura nacional muito elevadas, o que não quer dizer que em determinadas populações não existam bolsas de risco.

É precisamente para reforçar estas populações de risco que a Direcção Geral da Saúde vai iniciar uma campanha a nível local. 

Caberá aos centros de saúde em zonas que não são consideradas óptimas em termos de vacinação contra o sarampo, identificar as crianças com as vacinas em atraso e chamá-las para receberem as tomas em falta.

O Plano Nacional de Vacinação (PNV), através do qual o Serviço Nacional de Saúde (SNS) administra gratuitamente a vacina contra o sarampo, prevê a primeira dose aos 12 meses e a segunda entre os cinco e os seis anos.

No caso dos pais que não aceitem o convite dos centros de saúde para vacinarem os seus filhos, estes deverão assinar um termo de responsabilidade. Se não o fizerem, esta decisão será registada pelos serviços de saúde.

Graça Freitas acredita, contudo, que as tomas de vacina em falta se devem-se mais ao esquecimento dos pais portugueses do que propriamente a uma oposição a esta medida profilática.

De acordo com a OMS, o sarampo provocou 145.700 óbitos em 2013, comparativamente aos 122 mil registados em 2012.

Em Portugal, desde 2004 que não existem casos de sarampo, sendo os registados importados.

Lusa/SOL