Casos de gripe nos cuidados intensivos estão a aumentar

A actividade gripal em Portugal manteve-se moderada durante a semana passada, segundo o Boletim de Vigilância Epidemiológica, que revela que desde o início do ano houve 848 casos e que a mortalidade continua acima do esperado.

Os dados constam do Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, referente à semana entre 16 a 22 de Fevereiro, que mostra que nesse período a taxa de incidência foi de 44 casos por cada 100 mil habitantes, "encontrando-se acima da zona de actividade basal, com tendência decrescente".

Segundo o relatório, publicado à quinta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, desde o dia 01 de Janeiro houve registo de 848 casos de síndroma gripal, 16 dos quais na semana entre 16 e 22 de Fevereiro. Dentro destes 16, dois deram positivo para o vírus da gripe.

Por outro lado, foram admitidos sete novos casos de gripe em unidades de cuidados intensivos, o que representa um aumento de 3,7% em relação à taxa estimada na semana anterior, sendo que em 85,7% dos casos as pessoas apresentavam "doença crónica subjacente" e 20% estava vacina contra a gripe sazonal.

A mortalidade "por todas as causas" continua "acima do esperado", mantendo-se a tendência de diminuição que começou na semana de 19 a 25 de Janeiro, "aproximando-se dos valores esperados".

"Este excesso de óbitos foi observado apenas na população com 75 ou mais anos de idade, na região Norte", lê-se no boletim.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge sublinha, no entanto, que este aumento no número de óbitos "não pode ser atribuído a nenhuma causa específica, podendo estar associado ao frio extremo, ao aumento da incidência das infecções respiratórias agudas e à actividade gripal".

Segundo os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), disponível no site da Direcção-geral da Saúde, no decorrer da semana entre 16 e 22 de Fevereiro, houve 2.741 óbitos, menos 265 do que na semana anterior.

Lusa/SOL