A ideia da mostra partiu do Kennedy Center, e foi há mais de um ano que o organismo abordou Barreto Xavier para a concretização do evento. À semelhança de iniciativas anteriores, dedicadas ao mundo árabe e aos países nórdicos, o objectivo do Kennedy Center era realizar um projecto conjunto de Portugal e Espanha e, daí, o chapéu Iberian Suite.
No espectáculo de abertura, na terça, a fadista Carminho divide o palco com a soprano americana Harolyn Blackwell e com a mexicana Eugenia León, uma vez que o certame quer alargar a iniciativa ao universo lusófono e hispânico. «Os norte-americanos sabem pouco sobre os portugueses», disse o embaixador norte-americano em Portugal, Robert Sherman, salientando que chegou a hora de fazerem «a Portugal o que os portugueses fizeram há 500 anos: descobrir». E a oferta é diversificada.
Além do fado (representado por Carminho e Camané), os músicos Rodrigo Leão, The Gift e Luísa Sobral, as companhias Mundo Perfeito, Mala Voadora e Teatro Meridional, os escritores Afonso Cruz, José Luís Peixoto e Dulce Maria Cardoso, os arquitectos Eduardo Souto de Moura e Álvaro Siza Vieira e o artista Vhils são alguns dos destaques da programação. À margem do Iberian Suite, haverá ainda, na quarta, uma leitura dedicada à obra de Fernando Pessoa na Biblioteca do Congresso americano.
De fora fica o cinema, «porque o Kennedy Center não inscreve habitualmente esta área artística nas suas actividades», justificou Barreto Xavier, sublinhando, porém, a intenção de em breve realizar algo neste campo nos Estados Unidos. Para já, a aposta centra-se nesta Iberian Suite, com a SEC a financiar o projecto com 500 mil euros – metade do valor a cargo do Estado e a outra metade a cargo de patrocinadores.
alexandra.ho@sol.pt