Cristóvão tinha rede de informadores

Paulo Pereira Cristóvão é suspeito de ter criado uma autêntica rede de informadores que lhe permitiu liderar, durante vários meses, uma organização criminosa composta por polícias e membros de claques desportivas que lucrou milhares de euros com mais de uma dezena de assaltos a residências, em Lisboa e em Setúbal.

Cristóvão tinha rede de informadores

Detido esta semana, o ex-inspector da Polícia Judiciária (PJ), de 45 anos, é tido como o líder de um grupo de 14 elementos – três dos quais agentes da PSP, já detidos em Julho do ano passado, juntamente com outros nove operacionais -, sendo apontado como mentor de muitos dos roubos. 

Ontem, foi ouvido pelo juiz de instrução Carlos Alexandre, que o confrontou com indícios de associação criminosa e co-autoria nos roubos e sequestro das vítimas. 

A investigação, liderada pelos procuradores João Melo e Vítor Magalhães, do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), apertou o cerco ao ex-dirigente do Sporting desde o Verão passado, altura em que o gangue foi desmantelado e 12 dos seus elementos detidos.

Ao que o SOL apurou, o ex-vice-presidente do Sporting serviu-se de vários contactos privilegiados que angariou ao longo dos tempos em que esteve ligado à segurança e à business inteligence – desde empresários e ourives a funcionários das Finanças e da Segurança Social – para ir seleccionando potenciais vítimas de assaltos. 

Eram escolhidas a dedo: idosos e empresários com património avultado, das zonas de Lisboa, Cascais e Setúbal. Entre as vítimas, muitas teriam dívidas fiscais ou à Segurança Social e que, por isso mesmo, dificilmente desconfiariam dos polícias que lhes entravam pela casa simulando buscas com mandados judiciais forjados. 

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*com Catarina Guerreiro e Joana Ferreira da Costa

sonia.graca@sol.pt