A Unidade Técnica de Apoio Orçamental, organismo do Parlamento que mede a evolução das contas públicas, e que tem vindo a ganhar credibilidade ao longo dos anos, divulgou ontem a sua estimativa para o défice de 2014.
O défice terá ficado em 3,7% do PIB, portanto bem abaixo dos 5,1% registados em 2013 e dos 4,5% acordados com a troika.
Estes 3,7% não são um número final: há que contar com alguns aspectos extraordinários e não recorrentes, como o empréstimo para salvar o Novo Banco. Só deveremos ter um número definitivo com a venda do Novo Banco, prevista para meados de 2015.
De qualquer forma, são números próximos dos finais, melhores que a previsão inicial. Se a certa altura tudo parecia perdido, no final do ano os números do défice conseguiram endireitar-se. E isso deve-se à equipa de Maria Luís Albuquerque.
Maria Luís está a demonstrar ser uma boa ministra das finanças. Só é pena incentivar os jovens a emigrar, o que agravará o “suicídio demográfico” que Portugal atravessa, com mais óbitos que nascimentos e os jovens a saírem do país.
Mas estou a desviar-me do assunto. Os números do défice de 2014 vão ser cumpridos. Quem diria?
Para 2015 estão marcadas eleições legislativas, que são tradicionalmente altura de “abrir os cordões à bolsa”. Ao mesmo tempo, o compromisso para o défice é de 2,5% do PIB, portanto, de continuar a reduzir o défice, e bom ritmo.
Quem ganhará a batalha entre estes dois caminhos?