“O nosso cenário central é que o Novo Banco seja vendido entre 4,3 mil milhões e 4,8 mil milhões de euros”, explica o analista Ignacio Ulargui do BBVA no documento a que o Sol teve acesso.
O capital próprio do Novo Banco fixava-se em 5,47 mil milhões de euros no final de 2014, o “que reduz a probabilidade de perdas” na venda da instituição, considera o analista. “O Novo Banco continua a ser o terceiro maior banco em Portugal”, destaca o research.
Na opinião do analista do BBVA, um dos indicadores mais importantes nos resultados apresentados pela instituição liderada por Eduardo Stock da Cunha é o nível de provisões.
“Gostaríamos de salientar que o capital do Novo Banco, após os exercícios de limpeza realizados nos últimos cinco meses, inclui 699 milhões de euros de provisões constituídas durante esse período e o exercício de avaliação de activos já foi incluído no balanço de abertura do Novo Banco, que inclui provisões de dois mil milhões de euros”.
O aumento do volume de depósitos para 26,6 mil milhões de euros também merece um destaque. O BBVA considera que esse crescimento reflecte “o impacto das campanhas comerciais que têm sido realizadas pelo Novo Banco, para reconquistar a confiança dos clientes e reverter a fuga de recursos de clientes” ocorrida durante o período da resolução do Banco Espírito Santo.
“Há 15 interessados [na venda do Novo Banco] e continuamos a acreditar que os candidatos chineses (Bank of China, Angabang Insurance e Fosun), a par do BPI e do Santander, estejam entre os melhores posicionados para serem bem sucedidos no leilão”.
Recorde-se que o BBVA foi apontado como um dos potenciais interessados à compra do Novo Banco. No ‘research’ não há qualquer referência a esse interesse.
A venda do Novo Banco deverá estar concluída nos próximos três a quatro meses. Recorde-se que a instituição recebeu uma injecção de 4,9 mil milhões de euros. Ao estimar um valor de venda entre 4,3 e 4,8 mil milhões de euros, o analista do BBVA considera que a perda máxima poderá ser de 600 milhões de euros. Qualquer valor de venda abaixo dos 4,9 mil milhões pressupõe um prejuízo a suportar pelo Fundo de Resolução, ou seja, pelas instituições bancárias.
Assim, o BCP – banco que o ‘research’ avalia – tem uma menor probabilidade de perdas, o que justifica a recomendação ‘outperform’ – desempenho melhor que o sector – e um preço-alvo de 14 cêntimos por acção.
