Passos Coelho abre debate quinzenal na Assembleia da República

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, abre hoje o debate quinzenal na Assembleia da República, tendo o Governo indicado como tema “questões de relevância política, económica e social”.

Passos Coelho abre debate quinzenal na Assembleia da República

A polémica sobre a carreira contributiva do primeiro-ministro deverá ser um dos temas centrais do debate, já que vários partidos da oposição manifestaram a intenção de questionar novamente Passos Coelho no parlamento.

A hipótese do próprio primeiro-ministro aproveitar para prestar mais esclarecimentos também já foi avançada pelo PSD, que defende que Passos Coelho deve dar explicações sobre a sua relação com a Segurança Social "no momento certo e onde for entendido", nomeadamente no debate quinzenal.

A 28 de Fevereiro, o jornal Público noticiou que Pedro Passos Coelho esteve cinco anos sem pagar contribuições à Segurança Social, entre 1999 e 2004, o que o primeiro-ministro justificou com o desconhecimento dessa obrigação legal, declarando que pagou em Fevereiro deste ano o montante em dívida, apesar de prescrito. Os partidos da oposição questionaram-no entretanto sobre esse assunto mas, mesmo depois de receberem as respostas do primeiro-ministro, consideram que permanecem questões por esclarecer.

A 3 de Março, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD, no Porto, Passos Coelho admitiu também a entrega de declarações "fora de prazo" no passado, ressalvando que nada deve ao fisco, e afirmou que não é "um cidadão perfeito", mas que nunca usou o lugar de primeiro-ministro "para enriquecer".

O presidente do PSD alegou que querem expor a sua vida fiscal, o que associou ao "desespero que se começa a instalar em certas áreas políticas". Entretanto, disse ao semanário Sol que teve "atrasos na entrega das declarações e nos pagamentos" ao fisco, "umas vezes por distracção, outras por falta de dinheiro".

O último debate quinzenal com o primeiro-ministro na Assembleia da República aconteceu a 19 de Fevereiro, na ocasião aberto pelo PSD, e ficou marcado pela discussão sobre a posição de Portugal em relação à situação na Grécia.

O primeiro-ministro defendeu então que a dignidade de Portugal e dos portugueses nunca esteve em causa durante o processo de ajustamento, apesar de fazer um "balanço crítico do funcionamento institucional da 'troika'", numa resposta a declarações do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Já o PS acusou a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, de "pôr em causa a dignidade" dos portugueses na sua visita à Alemanha e de ter sido instrumentalizada contra a Grécia, com o primeiro-ministro a repudiar estas afirmações.

Lusa/SOL