Opiniao

O último reduto dos fumadores

Lisboa e Porto estão na moda dos roteiros internacionais e a noite pode desempenhar um papel importante na estratégia de captar mais turistas. No que diz respeito à restauração, ambas as cidades estão lindamente servidas e há paladares para todos os gostos. O serviço melhorou bastante nos últimos anos e muita gente nova tem posto em prática o que viu lá fora ou aprendeu com os erros do passado. Não faltam iguarias de todos os cantos do mundo que satisfaçam potenciais clientes e, além disso, os preços são bastante competitivos com o resto da Europa. Digamos que a entrada na noite tem uma excelente porta, com espaços cuidados e bem decorados. A variedade mudou tanto que há dias uma amiga comentava que até já não faltam cervejarias onde as mulheres podem ir sozinhas sem serem 'esmagadas' pelos olhares dos homens.

 

O último reduto dos fumadores

Os turistas sentem pois que nas duas principais cidades do país há calor suficiente para quererem voltar. No que à animação nocturna diz respeito, também é notório que a segurança melhorou muito, apesar dos sucessivos governos insistirem em não criarem uma polícia especializada, à semelhança do que fazem com as escolas.

Um dos problemas para os turistas que nos visitavam passava pelo horário tardio do início da festa, já que as discotecas começavam a 'abrir' muito tarde. Hoje tudo isso é superado com a animação dos bares. Zonas como o Bairro Alto e o Cais do Sodré, em Lisboa, ou as Galerias de Paris, no Porto, abrem as portas bem cedo, permitindo aos 'camones' não estranharem muito o 'jet lag' em relação aos seus países.

Se os restaurantes têm gostos para todos os paladares, a noite não fica atrás, havendo desde o underground até ao comercial. O que começa a ser preocupante é ver Portugal começar a copiar, no pior dos sentidos, algumas regras bacocas da Europa. Não se percebe por que não havemos de assumir que nas discotecas e bares portugueses há espaços para fumadores e outro para alérgicos a tais baforadas. Se seguíssemos esse caminho estaríamos a conquistar um mercado quase exclusivo. Aprendam com o Uruguai e não sejam tão conservadores. 

vitor.rainho@sol.pt
 

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