PS deve procurar convergências com ou sem maioria absoluta

Duarte Cordeiro, líder da concelhia do PS em Lisboa, defendeu hoje que o PS deve tentar convergir com os partidos à sua esquerda quer consiga ou não maioria absoluta nas legislativas deste ano. O vereador de António Costa na Câmara de Lisboa falava no Congresso da Cidadania, organizado pela Associação 25 de Abril, que decorre…

PS deve procurar convergências com ou sem maioria absoluta

"Existe campo para a convergência e é fundamental que os partidos se disponibilizem para essas convergências, saem dos seus espaços e procurem alargar e é nesse sentido que eu acho que é fundamental a convergência", defendeu Cordeiro à saída do encontro que reúne notáveis sobretudo de esquerda como Sampaio da Nóvoa e Carvalho da Silva que se apresentam aos congressistas amanhã.

Segundo o socialista, António Costa tem sinalizado esta necessidade de abrir uma futura governação socialista a forças progressistas e de esquerda que deve ser estendida também às presidenciais, no próximo ano. "Desde a sua eleição que tem tido um discurso aberto e disponível para a convergência", frisou.

Na abertura dos trabalhos do primeiro dia de reflexão sobre o estado do país e da democracia, os apelos a uma solução de governo de esquerda para suceder à actual maioria PSD/CDS liderada por Passos Coelho multiplicaram-se. José Romano, coordenador da iniciativa que encerra as comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, sintetizou: "a esquerda portuguesa é chamada à responsabilidade".

"Convocamos daqui a esquerda para que viabilize soluções de governo. É o tempo da esquerda portuguesa para assegurar a defesa da Saúde, do Ensino e da Justiça públicas", defendeu José Romano perante uma assistência composta por ex-militares de Abril.

Joana Amaral Dias, que fundiu recentemente o movimento Agir, depois de deixar o Juntos Podemos, apelou à união da esquerda à direita com toda aqueles que estão contra a austeridade. "Precisamos de unir todas as pessoas  às pessoas contra a austeridade. Este é o maior desafio que temos pela frente: como vamos construir o 'nós' que se perdeu", destacou.

A ex-deputado e dirigente do Bloco de Esquerda defendeu ainda a necessidade da esquerda ter um discurso "consistente e não demagógico" para a combater a corrupção que atinge o coração do sistema político português. "Combater a corrupção é combater o coração deste sistema podre que nos tem deixado sem dignidade".

Também Helena Roseta acenou com a necessidade de os portugueses se mobilizarem para que mude alguma coisa. "Temos de passar desta mobilização das ruas e das redes sociais para as urnas e depois para o exercício do poder". Sobre os novos partidos e movimentos à esquerda a líder da Assembleia Municipal de Lisboa deixou o desafio. "Espero que estes novos partidos e movimentos consigam entender-se e fazer caminho e que não repitam os vícios antigos", disse. 

ricardo.rego@sol.pt