Fiat Chrysler pode vir a associar-se à Ford ou à General Motors

Sergio Marchionne, o poderoso mas também polémico líder da Fiat Crysler Automobiles, abriu a porta a uma possível colaboração com a Ford ou a General Motors. Não seria uma fusão tal como com a Chrysler, mas no futuro a fidelidade ou amor a uma marca será esbatida pela partilha de motores ou tecnologia com várias…

Nos últimos meses tem-se falado muito de uma aproximação da Fiat Chrysler à Peugeot-Citroën ou ao grupo Volkswagen. Em entrevista à Bloomberg, o CEO da FCA, Sergio Marchionne, rejeitou essa parceria, mas não fechou a porta a uma colaboração com um gigante americano, a Ford ou a General Motors (Chevrolet, Opel, Cadillac). 

“Não temos quaisquer restrições”, afirmou o CEO, dizendo que a parceria com a General Motors ou a Ford seria “tecnicamente possível”. Já em relação ao grupo francês, Marchionne disse que a Peugeot e a Citroën não conseguiriam resolver os problemas da Fiat Chrysler; e sobre o grupo Volkswagen referiu que nunca teve quaisquer contactos. A condição para fazer uma parceria, segundo o patrão do grupo italo-americano, será “poupar o máximo de dinheiro” no desenvolvimento de novos automóveis.

Uma parceria da Fiat Chrysler com outro gigante americano podia ter em conta a redução de custos no desenvolvimento de novas tecnologias, nomeadamente em termos de eficiência energética ou condução autónoma. Neste último ponto, vários construtores automóveis estão já a fazer testes de estrada e enfrentam no futuro a concorrência de empresas tecnológicas como a Apple ou a Google, que também estão interessadas no segmento.

Resta saber se os condutores, muito fidelizados a determinadas marcas, particularmente nos Estados Unidos, veriam com bons olhos automóveis que, ao invés de seguirem a linguagem da marca, seriam apenas uma amálgama de desenhos, peças, tecnologias e motores de vários construtores – possivelmente dezenas deles.

emanuel.costa@sol.pt