Bimbos ao ataque

Quando a equipa apareceu e começou a acomodar-se no espaço, achei que havia qualquer coisa que não batia certo. Sendo um grupo relativamente grande e onde a juventude não imperava, estranhei que as mulheres e homens começassem a ‘despir-se’ e a fazerem ‘montinhos’ no chão ou em cima das colunas do bar. Sendo um dos…

Mas o melhor da festa estava para chegar. Um dos elementos do grupo, que tinha deixado a sua mala em cima do balcão – espaço alegadamente útil para servir bebidas e deixar copos usados -, puxou de um selfie stick, suporte ou pau de selfie, consoante seja o sotaque do português usado, e começou a disparar a torto e a direito. Primeiro com os elementos do grupo, depois apanhando também os outros clientes que ficavam debaixo do raio de acção da câmara fotográfica. A história verdadeiramente irritante só estava no princípio, já que a equipa desse homem puxou toda  de telemóveis e foi um vê-se-te-avias de fotografias. 

Esquecendo completamente quem estava ao lado ou em frente, a música, ou os empregados, a turma envolveu-se em sessões consecutivas de fotos ignorando totalmente quem estava presente. Depois 'conquistaram' a cabina do DJ e quem queria dançar nas proximidades tinha de estar a fugir dos fotógrafos de ocasião, que por essa altura já tinham aumentado em número considerável. A equipa alastrou a sua 'doença' a outros que tais e tornou-se impossível continuar por ali. Quanto ao suporte ou pau das selfies diga-se que já estão proibidos em estádios de futebol e de basquetebol e não se percebe como são permitidos em bares e discotecas, locais públicos, mas que se querem privados. Os bares que permitirem tais artefactos só podem ser considerados covis de bimbos… 

vitor.rainho@sol.pt