Lembra-se da De Tomaso? Pode estar de regresso

O formato cunha deu fama a vários modelos de marcas como Ferrari, Lamborghini, Lotus ou Lancia, mas nos anos 70 e 80 outras marcas menos conhecidas chegaram a impor-se no salões automóveis e nas estradas, como a De Tomaso. Famosa pelo Mangusta e depois pelo Pantera, a marca italiana desapareceu há vários anos, mas o…

Se os carros, agora de colecção, valem facilmente entre 50 mil e 100 mil euros, o nome histórico da marca não vale muito mais. Dois milhões de euros, foi isso que a suíça L3 Holdings acordou pagar pela De Tomaso, num leilão realizado no final da semana passada. A empresa tem ligações ao Luxemburgo e, segundo alguns jornais especializados, estará ligada ao dono da equipa de Fórmula 1 da Lotus.

A L3 Holdings ganhou frente a um concorrente italiano e outro chinês, e foi a única a incluir um plano de negócios na proposta. O objectivo é contratar 360 pessoas a médio prazo e começar a produzir carros até 2020, tendo a ambição de fabricar 4.500 veículos por ano em Turim, apostando em modelos desportivos.

Fundada em Modena em 1959, pelo argentino Alejandro De Tomaso, a marca surgiu como forma de aliar o design automóvel italiano a motores potentes, principalmente blocos americanos da Ford. A dada altura a De Tomaso chegou a controlar a Maserati, a Innocenti e a Moto Guzzi, mas problemas financeiros acabaram por fazer desmoronar a empresa.

Em Portugal, um dos icónicos Pantera pode ser visto no Museu do Caramulo. É um modelo de 1972, azul escuro, equipado com um motor V8 da Ford de 310 cavalos.

Depois da falência em 2004, o empresário italiano Gian Mario Rossignolo refundou a empresa em 2008 e chegou a apresentar em 2011 um protótipo de um desportivo de quatro portas e tracção integral, o Deauville. No entanto, um ano depois a De Tomaso voltou a fechar portas e Rossignolo foi preso por má utilização de financiamento público. Será desta que os De Tomaso voltam à estrada?

emanuel.costa@sol.pt