Democracias sem derrotados

Esta moda agora de nas democracias ninguém querer admitir a derrota torna-se, mais do que risível, trágica. Já me parecia mal em Portugal o terror dos políticos a avançarem para eleições, sem acharem que vão mesmo vencê-las. Se Mitterrand tivesse seguido esse princípio, provavelmente nunca teria sido Presidente de França (e o mais marcante depois…

Mas vamos à falta de derrota. Não foi lancinantemente ridículo ver o primeiro-ministro socialista francês falar dos resultados das locais de domingo como se o seu partido não tivesse sido o principal derrotado? E talvez pior ainda ver Rajoy, em Espanha, a seguir à ‘debacle’ do PP na Andaluzia, com um correspondente e ali (não a nível nacional, onde as sondagens prevêem a sua vitória) inesperado resultado do Podemos, a cantar vitória? É bem verdade: felizes os pobres de espírito, que nem reparam quando perdem.