TAP prepara-se para mudar as regras de segurança

A TAP vai aguardar por uma recomendação da Agência Europeia e do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) sobre eventuais alterações nas regras de segurança no cockpit do avião, disse à agência Lusa uma fonte da transportadora aérea.

TAP prepara-se para mudar as regras de segurança

O Canadá e várias companhias aéreas europeias impuseram quinta-feira a presença obrigatória de dois membros da tripulação na cabine durante os voos, depois de ser divulgado que o co-piloto do avião da Germanwings que se despenhou nos Alpes franceses causou deliberadamente o desastre, depois de se fechar sozinho no cockpit.

Na quinta-feira, o Governo pediu ao INAC para fazer uma avaliação sobre a atual segurança de voo e emitir recomendações, caso seja necessário reforçá-la.

Em declarações hoje à Lusa, o porta-voz da TAP, António Monteiro, apelou "à serenidade", salientando que as autoridades aeronáuticas "já estão a fazer o seu trabalho".

"As autoridades aeronáuticas estão a desenvolver o seu trabalho e o secretário de Estado já pediu ao INAC para fazer um relatório. Mais importante do que cada companhia tomar alguma decisão é a indústria tomar uma decisão como um todo", salientou.

António Monteiro adiantou que a TAP assumirá essa medida (presença obrigatória de dois tripulantes no cockpit) ou outras medidas que venham a ser consideradas as mais correctas para o sector.

"Neste momento, na TAP, a situação é: compete ao comandante decidir se ele ou o co-piloto podem abandonar os comandos e se isso acontecer se se justifica um tripulante ficar no seu lugar. Não é uma obrigatoriedade, mas uma decisão que cabe ao comandante", frisou.

O porta-voz da TAP apelou "à serenidade" e disse que a transportadora aérea portuguesa vai "acatar esta ou outras medidas ou recomendações que venham a ser feitas pelas autoridades aeronáuticas.

A investigação ao acidente em França concluiu que o piloto do voo da Germanwings se ausentou do 'cockpit', provavelmente para usar os sanitários, e foi impedido de voltar a entrar pelo co-piloto, que bloqueou a porta.

Nesse período, o co-piloto accionou deliberadamente o processo de descida do avião, ignorando as pancadas na porta, as tentativas de comunicação da torre de controlo e os alarmes do próprio aparelho.

O avião acabou por embater numa montanha, matando todas os 144 passageiros e seis tripulantes a bordo.

Lusa/SOL