A vitória de Miguel Albuquerque

Deixem-me saborear a vitória de Miguel Albuquerque, apesar de ter amigos e parentes na Madeira que me dizem ser ele da mesma madeira que Jardim. Da mesma, exactamente da mesma, não é: basta ter aquele irmão Francisco, melhor enólogo do mundo de vinhos fortificados, e que muito tem feito por recuperar o prestígio perdido dos…

É certo que andou lá pelas hostes do outro. Mas pôs-se de cadeias às avessas, tornou-se inimigo de estimação, e só com esse estatuto lhe sucedeu.

Porque a Madeira fartou-se finalmente de Jardim hás uns tempos. Albuquerque podia-lhe ter ganho muito antes (perdeu por uns peluscos), se os seus apoiantes não tivessem desistido, por acharem ser objectivo inatingível. Pelos vistos não era. Alberto João Jardim andou a estrebuchar mais uns tempos pelo Poder Regional, roubando os contribuintes europeus e continentais para ainda assim manter as maiores bolsas de pobreza da Europa (o dinheiro devia ir para os amigos que faziam aquedutos e viadutos, muitos deles desnecessários). É certo que modernizou o arquipélago, e o manteve limpinho (coisa que não podemos dizer da nossa nunca tão suja Lisboa como desde há umas 3 décadas). Mas as faraonices caríssimas e desnecessárias, nunca mesmo utilizadas? E o Funchal separado do mar por uma muralha de betão? Bela herança ele deixa…

Enfim, morto Jardim (e esperemos que politicamente o esteja mesmo), resta-nos reparar que o PS não está a perceber nada do que se passa na Ilha. Nem com a super-coligação chegou longe. Personagens como Coelho só faziam sentido com Jardim. E, para o pós-jardinismo, impõem-se politicas pós-jardinistas. Esperemos que percebam isso a tempo de não soçobrarem totalmente.