Reabastecer aviões em voo poderia reduzir combustível em 23%

Um sistema para reabastecer aviões de passageiros em pleno voo poderia reduzir em quase um quarto a quantidade de combustível necessário para um voo de longo curso, disseram hoje investigadores. 

As reservas de combustível representam cerca de um terço do peso na descolagem dos aviões de longo curso, por isso, reduzindo-o e abastecendo no ar pode significar uma grande poupança, segundo investigadores da Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique (ZHAW), que participaram num estudo sobre a questão.  

"Os resultados da investigação em que colaborámos indicam uma redução possível entre 11% e 23% para um voo típico de 6.000 milhas náuticas com uma carga de 250 passageiros", adiantaram.

Num comunicado divulgado hoje, a ZHAW considera que "estações de combustível 'voadoras' poderão revolucionar o transporte aéreo". 

Já é possível reabastecer em pleno voo os aviões militares, mas agora, durante três anos, foi estudada a viabilidade do conceito para o tráfego aéreo civil.

O projecto designado RECREATE (Research for a Cruiser Enabled Air Transport Environment) juntou investigadores da ZHAW e de nove outras instituições de cinco países europeus.

De acordo com o estudo, os voos de passageiros poderiam descolar com menos combustível e serem reabastecidos quando atingissem uma altitude de 10.000 metros. Os investigadores disseram ter utilizado simuladores para determinar que o projecto é tecnicamente possível.

Os aviões de reabastecimento teriam combustível suficiente para abastecer entre três a cinco aviões de passageiros em determinados locais, como estações de serviço no ar.

O sistema também permitiria voos sem escalas entre destinos tão distantes como Zurique e Sydney.

O projecto RECREATE inclui uma segunda proposta, bastante mais radical: uma espécie de metro aéreo, constituído por aviões gigantes que dariam a volta ao mundo sem escala e aviões mais pequenos que tratariam do abastecimento, do desembarque dos passageiros e bagagens e da recolha e encaminhamento dos resíduos.

Lusa/SOL