O World Press Cartoon mudou-se para Cascais… E que bem que fica à beira mar

Cascais vai receber a 11.ª edição do World Press Cartoon (WPC), depois da Câmara Municipal de Sintra ter retirado os apoios financeiros ao certame.

O principal salão de caricaturas, do qual a Newshold é media partner, não se realizou no ano passado devido à falta de verbas. Ainda assim, apesar de não ter havido exposição, foi feita uma selecção e premiação dos desenhos, que foram compilados no catálogo. Esse livro foi apresentado, esta quarta-feira, numa conferência de imprensa, na Cidadela de Cascais, onde irá decorrer o certame.  

Foi ainda apresentada a próxima edição do WPC. O cartoonista António Antunes explica que conseguiram “na recta final os apoios” para a realização do evento: “Nós somos considerados o melhor salão do mundo, e com o melhor catálogo, desta área”. “Espero que este salão continue a marcar posição no mundo do cartoon em termos mundiais”.

O responsável pela organização do WPC espera que este evento continue "a marcar posição em termos mundiais no universo do cartoon”, mas mostra-se pouco crente quanto à influência que pode vir a ter nesta área em Portugal. “Há muitos outros factores [em jogo], nomeadamente a crise na imprensa escrita, os apertos financeiros das empresas de comunicação”, explicou ao SOL.

Adianta que já começaram a receber desenhos para o concurso deste ano. Nas próximas semanas, o júri irá deslocar-se a Portugal para “seleccionar e premiar os trabalhos”. Nos dois meses a seguir, irá ser preparado o próximo cartólogo e a exposição, onde serão exibidos os desenhos seleccionados no dia 11 de Julho. O World Press Cartoon irá atribuir um total de 25 mil euros em prémios. O primeiro será de 10 mil euros.

Para José Marquitos, administrador da Newshold, o WPC é mais do que um projecto, é um “movimento”, que “pode tornar-se muito importante para Cascais e para todos nós, parceiros. Mais do que fazer uma efeméride no ano, se conseguirmos dar-lhe continuidade e conseguir fazer coisas à volta deste projecto e transformá-lo num movimento, certamente que terá uma relevância ainda maior”.

Luís Aguiar, do Grupo Pestana, referiu que a Cidadela de Cascais passará a ser “a casa do cartoon”: “Vamos abrir um espaço permanente, onde as pessoas poderão ver os desenhos. Aquilo que os cartoonistas quiserem fazer aqui dentro é sempre bem-vindo”.

O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, disse que o concelho se disponibilizou prontamente a acolher o certame. “Gostamos de atrair os melhores porque nos coloca fasquias e exigências ambiciosas”.

Carlos Carreiras recorda ainda que “se não formos provocadores”, como os cartoons são, “não conseguimos dar o salto”. E garante: “O difícil foi trazer o World Press Cartoon para Cascais, porque o fácil vai ser não o deixar sair”.

rita.porto@sol.pt