Os ovos etílicos da Páscoa

Há 20 anos – como o tempo voa – estávamos em Albufeira nas férias da Páscoa e preparava-me para fazer uma reportagem sobre os estudantes portugueses. A animação nocturna praticamente não passava por Vilamoura e tudo acontecia em Albufeira, onde o Capítulo dava cartas, antecedendo o final na Locomia. Recordo-me que andávamos de um lado…

Penso que é o que se passa ainda nos dias de hoje, pois muitos estudantes preferem arrancar para terras espanholas onde encontram mais facilidades e os preços são mais em conta.

As férias da Páscoa funcionavam – e acredito que ainda funcionem – como uma antecâmara da entrada na vida adulta, pois aí não havia pais por perto e não se dormia em casa. Digamos que os jovens tinham a liberdade à frente e podiam fazer os disparates que bem entendessem. Vi gente praticamente em coma, outras a caírem em braços suspeitos, outros a meterem-se com quem não deviam, mas também vi, a maioria, a divertir-se à séria, ignorando os sinais do sol a aparecer. E é isso que hoje me faz mais confusão: sair até o sol nascer e depois não aproveitar a praia. Será, obviamente, um sinal dos tempos, mas penso que é preferível começar mais cedo e acabar também mais cedo. A Primavera e o Verão nada têm a ver com o Inverno, em que horas de sono diurnas não representam uma perda considerável.

P. S. Este ano, as Areias de S. João, em Albufeira, apresentam Rui Caralinda à frente do Liberto's bar. O homem que liderou o Capítulo durante tantos anos prepara-se para receber a rapaziada de outras Páscoas. A festa promete.