‘É o momento de não deixar cair Sócrates’, Mário Soares

Mário Soares voltou esta tarde à política activa, no emblemático Palácio Cristal, no Porto, onde o PS fez o maior comício desta campanha. O fundador do Partido Socialista apelou à união e ao voto em José Sócrates.

«é o momento de não deixar cair sócrates e de o pôr onde ele tem estado», afirmou. muito aplaudido pelos milhares de socialistas que por diversas vezes entoaram o velho slogan «soares é fixe!», o ex-presidente da república pediu por gestos para pararem.

e disse dele próprio: «soares é apenas fiel ao partido socialista que ajudou a criar».

um partido que enfrentou tempos difíceis, «mas não tão difíceis como os de hoje», afirmou. a época em que o ps «assegurou uma sociedade democrática, plural e civilista», a seguir ao 25 de abril, consigo como secretário-geral, não se compara com a crise que afecta portugal e o projecto europeu.

afirmou-se desencantado com a união europeia. em seu entender josé sócrates, em 2007 já tinha resolvido o problema do défice» e foi a ue que cedeu, tratando «de forma péssima» a crise que se seguiu. atacou as «agências de rating que dviam ser ilegalizadas, pois o que têm feito é investir» contra portugal, e teve palavras duras para angela merkel.

a chanceler alemã, «vem lá da alemanha de leste e esqueceu que a alemanha de leste deve a todos da união europeia, incluíndo portugal» o sucesso económico e político da reunificação, a seguir ao fim do bloco de leste, acusou soares, aplaudido pelos socialistas.

os comentadores nacionais foram outro alvo. os que dizem que portugal é desconsiderado lá fora «não sabem do que estão a falar», esses «comentadores quase todos de direita». têm «todas as benesses desde o 25 de abril e são capazes de dizer que estamos pior que no tempo de salazar», rematou soares.

sobre sócrates, disse que «é um líder que ganhou uma experiência excepcional» e que «tem amigos na europa». o homem em torno do qual o ps se deve unir. para a última semana de campanha pediu «toda a convicção» e energia. «vamos ganhar!», terminou.

manuel.a.magalhaes@sol.pt