Profissão aproximou Ferreira Diniz das vítimas

Os juízes do processo Casa Pia consideraram que o arguido João Ferreira Diniz utilizou a profissão de médico como factor de aproximação às vítimas de abusos sexuais

O tribunal entendeu ser censurável cada crime praticado pelo
arguido, a juntar ao aproveitamento da sua condição de médico, «factor
de algum modo determinante na ausência de qualquer suspeição inicial
sobre si por parte das vítimas»
.

Os juízes consideraram que o arguido cometeu abusos sexuais «com
dolo directo»
e que a sua postura em julgamento «não
foi de todo colaborante, mas antes de negação perante os graves factos»

de que era acusado, segundo o acórdão entregue hoje aos advogados e a
que a agência Lusa teve acesso.

O arguido vivia na zona do Restelo, onde se situam alguns dos
colégios da Casa Pia e tinha um consultório nas imediações do Colégio de
Pina Manique.

O tribunal deu como provado que o médico conhecia o diplomata Jorge
Ritto, outro dos condenados.

Ferreira Diniz foi condenado a sete anos de prisão efectiva por
dois crimes de abuso sexual de menores.

 

Sol / Lusa