António Costa e Modesto Navarro envolvem-se em discussão

O líder de bancada do PCP na assembleia municipal de Lisboa acusou ontem o Executivo socialista de falta de ética na contratação de dois serviços de cerca de 65 mil euros, uma acusação que António Costa considerou «um insulto».

Na intervenção no debate do estado do município, Modesto Navarro afirmou que «já não há vergonha nem ética que valham nesta maioria do PS», no seguimento da contratação, por cerca de 24 mil euros, de um ex-director de recursos humanos para serviços de assessoria durante 219 dias e a «encomenda» de um estudo sobre competitividade, a realizar em 30 dias, por cerca de 42 mil euros.

Respondendo ao deputado comunista, o presidente da Câmara, António Costa, disse que «a democracia não ganha com o insulto, não ganha por falta de elevação do debate democrático, mas sim com a liberdade da troca de ideias: Quem tem ideias não precisa de insultos».

Referindo-se a Modesto Navarro, o autarca afirmou: «O senhor é um mau exemplo para a democracia. Usa e abusa do insulto. O meu pai até se revolveria na tumba se eu me deixasse insultar por si na ética e na vergonha», disse, perante aplausos da bancada socialista.

António Costa explicou que «o passivo não foi duplicado», mas que «o défice de 2007 escondia um conjunto de rubricas que era fundamental serem incorporadas».

Depois da intervenção do autarca, Modesto Navarro disse que não se estava a referir à questão do passivo, mas sim à questão dos contratos.

«Outra senhora deputada acrescentou outros casos semelhantes e sobre isso o presidente nada disse», declarou.

No seu primeiro discurso, o deputado comunista defendeu ainda que «feito o balanço, este Executivo bem podia ir embora» e que «é tempo de ir preparando Lisboa para outra gente que seja de facto autarca na Câmara».

Lusa/SOL