Futebol na comunicação social: ad nauseam

Não sei se temos a noção (e muitos discordarão dos meus argumentos) da importância excessiva que os portugueses dão ao futebol, que se estende aos canais de televisão por cabo.

A partir de sexta-feira, e até segunda-feira, a TV por cabo está inundada de debates sobre futebol: há a antevisão dos jogos, depois destes realizados analisa-se o que aconteceu. As discussões intermináveis, no café ou na rua, invadiram a comunicação social: temos três jornais desportivos diários, o que eu acho um pouco espantoso, porque não somos um país assim tão grande.

Gosto de futebol, que a selecção e a minha equipa ganhem. Mas acho que o que se passa é um exagero. E os meus anos de emigrante só reforçaram esta convicção.

Fui emigrante na Bélgica. Os belgas também gostam de futebol. Ainda por cima, no meu departamento, trabalhava um ex-jogador profissional de futebol. Portanto, acontecia por vezes gastarmos cinco minutos a discutir o jogo da véspera, mas não era a manhã inteira.

Assim, devido à minha experiência de vida, a minha opinião é que a importância que se dá ao futebol em Portugal é excessiva. 

Devíamos ter outros interesses. Pode-se gostar de futebol (como eu gosto, repito), sem que esse desporto seja um dos aspectos mais importantes da nossa vida.