Irmão de menina morta pelo padrasto não deverá voltar para casa

O menino de quatro anos que também foi agredido pelo padrasto no Bairro do Zambujal, em Loures, já se encontra fora de perigo mas deverá permanecer no Hospital de Santa Maria até que as autoridades decidam a quem vai ser entregue, em segurança.

Ao que o SOL apurou, a mãe das crianças também maltratava as crianças, pelo que o menino não deverá regressar a casa da mãe quando tiver alta. A menina de dois anos faleceu no domingo, na sequência das lesões infligidos pelo padrasto, que está detido em prisão preventiva.

Os maus tratos infligidos à menina de dois anos e ao rapaz de quatro já tinham sido alvo de uma denúncia à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Loures. De acordo com informações recolhidas pelo SOL, a queixa tinha chegado recentemente à CPCJ através de uma denúncia anónima, por escrito. Contudo, os técnicos ainda nem tinham conseguido fazer um levantamento exaustivo da situação.

Só quando as crianças deram entrada no hospital de Santa Maria, na sexta-feira, alegadamente por a menina ter caído na banheira, é que os médicos suspeitaram de um caso de maus tratos. Terá sido o padrasto a chamar os bombeiros, com a ajuda de uma vizinha, quando se apercebeu que a criança corria perigo de vida.

As duas crianças são filhas da mesma mãe mas de pais diferentes. O alegado agressor, o padrasto, vivia com a mãe das crianças há menos de um ano. Em relatos divulgados pela comunicação social, os vizinhos e familiares da mãe dão conta de episódios de violência doméstica.

Contudo, à GNR não tinha chegado nenhuma queixa formal.

Este é o segundo caso, em menos de uma semana, de crianças que morrem na sequência de maus tratos da família. Na quarta-feira, um bebé de cinco meses foi esfaqueado pelo pai em Linda-a-Velha, concelho de Oeiras. O agressor confessou o crime e está detido preventivamente, indiciado por homicídio qualificado e crime de maus tratos.

Criança espancada pelo padrasto morre no hospital

rita.carvalho@sol.pt