Rússia ultrapassou o “pico” da crise económica

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou hoje que o país já ultrapassou o pior da crise económica provocada pelas sanções económicas ocidentais e pela queda do preço do petróleo.

Rússia ultrapassou o “pico” da crise económica

"O rublo estabilizou e fortaleceu-se", disse Putin, na entrevista televisiva anual em que responde a perguntas de cidadãos russos. 

"Os especialistas acreditam que ultrapassámos o pico dos problemas", acrescentou.

Depois da rápida desvalorização do rublo no final do ano passado, a moeda russa recuperou, atingindo o valor mais alto dos últimos cinco meses, num contexto de apaziguamento do conflito no leste da Ucrânia graças ao acordo de cessar-fogo de 20 de Fevereiro e de estabilização do preço do petróleo.

Na quarta-feira, o rublo ficou abaixo da marca "psicológica" dos 50 rublos por dólar, o valor mais alto registado desde Novembro.

Vladimir Putin elogiou o plano do Governo para reavivar a economia e desvalorizou problemas como a inflação, o desemprego e a fuga de capitais (estimada em mais de 100 mil milhões em 2014), assegurando que não são "catastróficos".

O Presidente russo tinha afirmado anteriormente que a economia russa precisaria de dois anos para voltar aos níveis anteriores à crise, mas hoje afirmou que a recuperação pode ocorrer num período mais curto.

Advertiu contudo os russos de que não devem esperar um levantamento das sanções ocidentais para breve. "Trata-se de usar tudo isto a nosso favor", disse.

A Rússia é alvo de sanções económicas impostas pela União Europeia e pelos Estados Unidos desde a anexação da península ucraniana da Crimeia, há um ano, e pelo apoio aos separatistas do leste que combatem as forças militares ucranianas.

Putin considerou, no entanto, que as sanções não têm a ver com o conflito na Ucrânia, visando antes conter o desenvolvimento da Rússia.

"Disse aos empresários que, por agora, não é de esperar o levantamento das sanções, porque não se trata de uma questão meramente política. Para alguns dos nossos parceiros é uma questão de interacção estratégica para conter o desenvolvimento da Rússia", disse.

Lusa/SOL